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Despedida

9 de junho de 2008

Em sua última visita à Europa no cargo, o presidente norte-americano George W. Bush participa de um encontro de cúpula da UE na Eslovênia antes de se encontrar com os chefes de governo dos principais países do bloco.

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Castelo Meseberg, ao norte de Berlim: Merkel recebe BushFoto: AP

A pauta de assuntos a serem discutidos por George W. Bush em sua viagem de seis dias à Europa inclui quase todos os assuntos relevantes da política internacional no momento: conflitos no Oriente Médio, a questão energética, proteção do clima, crise de alimentos, comércio internacional, Afeganistão e, last but not least, o Irã. A viagem começa nesta terça-feira (10/06) em Brdo, na Eslovênia.

Fracassos

SPD Europapolitiker Martin Schulz
Martin Schulz, líder socialista no Parlamento EuropeuFoto: picture-alliance/ dpa

Depois da era do ex-chanceler Gerhard Schröder, em que as relações entre Washington e Berlim se mantiveram consideravelmente adormecidas, a atual chefe de governo, Angela Merkel, tratou nos últimos anos de chegar mais perto do presidente norte-americano. No entanto, com a devida cautela, já que uma proximidade excessiva poderia causar perda de popularidade dentro da Alemanha, como bem sabe a premiê.

O mesmo não se pode dizer do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que há pouco chamou Bush de "uma das maiores lideranças" da política internacional. Opinião nem de longe dividida por Martin Schulz, líder da bancada socialista no Parlamento Europeu.

"Com sua política internacional completamente errônea, o presidente dos EUA isolou seu país mais do que qualquer um de seus antecessores. Bush fracassou em quase todos os seus esforços de fazer dos EUA uma potência hegemônica. Acima de tudo, ele tomou, com a Guerra do Iraque, uma decisão desastrosa, desprezando os Direitos Humanos e baseando-se em documentos do serviço secreto que haviam sido falsificados. Essa decisão custou a vida de milhares de soldados e civis norte-americanos, britânicos e de outros países", afirmou Schulz à Deutsche Welle.

Desavenças

Berlin: Demonstration gegen Präsident Bush
Manifestantes foram às ruas da capital alemã em 2002: protestos contra o governo BushFoto: AP

As relações transatlânticas entre Europa e EUA são estreitas não somente do ponto de vista político e militar, mas também econômico. Os EUA são o principal parceiro comercial da União Européia e, desde 2006, a UE se tornou o maior parceiro comercial dos EUA. Desde 1990, acontecem, com regularidade, encontros de cúpula e reuniões entre o bloco de países europeus e o governo norte-americano.

Em questões de política externa e de segurança, há vários pontos de concordância, mas também arestas, confessa Günter Verheugen, vice-presidente da Comissão Européia. "Essa é uma parceria ambiciosa, mas também difícil. Ela exige de nós, europeus, que mostremos mais pontos em comum na arena internacional, mas também exige dos nossos amigos americanos que aceitem que a liderança mundial ter que ser dividida", observa Verheugen.

As desavenças entre Bruxelas e Washington são com freqüência desencadeadas pelas medidas de política de segurança dos EUA. Um exemplo recente são as novas normas que regulamentam a entrada de europeus no país. Quem tiver um passaporte da UE e quiser entrar nos EUA, deverá, no futuro, ter que preencher um formulário online três dias antes de sua viagem, registrando a visita. A medida, afirmam as autoridades norte-americanas, tem por fim a prevenção de ataques terroristas.

Vistos

USA Flagge vor Guantanamo
Guantánamo: críticas na EuropaFoto: AP

A Comissão Européia não vê com bons olhos a idéia, uma vez que cidadãos norte-americanos podem, sem necessidade de visto, entrar em qualquer país da União Européia. "Não é compreensível do ponto de vista político que nós, europeus, estejamos unidos através do sistema de Schengen e sejamos tratados dessa forma distinta por nosso principal parceiro. Vamos lembrar ao presidente americano sua declaração de que pretendia abolir a necessidade de visto para os europeus."

Enquanto Bush irá, na cúpula realizada na cidade eslovena de Brdo, defender uma maior presença das tropas alemãs no sul do Afeganistão, as autoridades da UE pretendem criticar as condições em que são mantidos os detentos em Guantánamo. "É importante esclarecer aos nossos amigos americanos: Ou os prisioneiros são acusados em tempo hábil ou libertados e adequadamente indenizados", resume Cem Özdemir, deputado do Partido Verde no Parlamento Europeu.

Depois da passagem pelo encontro de cúpula da UE na Eslovênia e da visita à Alemanha, Bush vai a Roma, Paris, Londres e Belfast. (ah / sv)