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Câmara dos EUA formaliza acusações contra Trump

10 de dezembro de 2019

Democratas dizem ter provas suficientes para acusar o presidente americano de abuso de poder e obstrução do Congresso. Votação sobre o impeachment no plenário da Câmara deve ocorrer na próxima semana.

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Presidente do Comitê de Justiça, Jerrold Nadler, ao lado da presidente da Câmara, Nancy Pelosi
"Ninguém, nem mesmo o presidente, está acima da lei", afirmou o chefe do Comitê de Justiça da Câmara, Jerrold NadlerFoto: Getty Images/S. Loeb

Congressistas democratas na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos formalizaram nesta terça-feira (10/12) duas acusações que constam no processo de impeachment do presidente Donald Trump. Segundo eles, há provas suficientes para removê-lo do cargo.

As acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso poderão fazer com que Trump se torne o terceiro presidente do país a sofrer um impeachment na Câmara, dominada pela oposição democrata, que deverá votar as acusações para o afastamento do presidente na próxima semana. 

Trump é acusado de condicionar o envio de ajuda militar à Ucrânia e o agendamento de uma visita do presidente Volodimir Zelenski à Casa Branca à obtenção de informações prejudiciais ao ex-vice-presidente americano Joe Biden, favorito à nomeação do Partido Democrata para disputar as eleições presidenciais do próximo ano.

O processo de impeachment está sendo analisado agora pelo Comitê de Justiça da Câmara, que deve enviar uma recomendação ao plenário da Casa ainda nesta semana. Após uma provável aprovação em plenário, o processo será encaminhado para o Senado, onde o Partido Republicano possui maioria, o que reduz a possibilidade de que Trump seja retirado do cargo.

De qualquer modo, o processo deverá gerar dificuldades à reeleição de Trump, com os democratas projetando uma retomada da Casa Branca nas eleições presidenciais do próximo ano. A votação no Senado deverá ocorrer em janeiro.

O presidente do Comitê de Justiça da Câmara, Jerrold Nadler, disse que o Partido Democrata teve de agir porque as atitudes do presidente colocam em risco a Constituição do país, comprometem a integridade das eleições de 2020 e ameaçam a segurança nacional.

"Ninguém, nem mesmo o presidente, está acima da lei", disse Nadler. "A integridade de nossa democracia está sendo colocada em risco por um presidente que já buscou interferência estrangeira nas eleições de 2016 e 2020." Trump também foi acusado de requerer interferência da Rússia na campanha eleitoral em que derrotou a democrata Hillary Clinton.

A Casa Branca se recusou a participar das audiências na Câmara, nas quais altos funcionários da diplomacia e do governo americano afirmam que Trump agiu em benefício próprio ao pressionar o governo da Ucrânia a abrir uma investigação sobre Biden e sobre o envolvimento de seu filho, Hunter Biden, em atividades suspeitas no país do Leste Europeu.

O presidente nega que tenha cometido qualquer irregularidade e classifica o processo como uma farsa.

Após a divulgação dos artigos, Trump voltou a criticar o processo movido pelos democratas, afirmando nesta terça-feira, no Twitter, que afastar um presidente quando o país atravessa uma boa fase econômica, "talvez a economia mais forte da história de nosso país", seria uma "loucura política". Ele disse mais uma vez que está sendo vítima de uma "caça às bruxas".

RC/afp/rtr

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