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Camada de ozônio está se recuperando, indica estudo da Nasa

6 de janeiro de 2018

A gradual eliminação dos compostos de clorofluorcarbono (CFC), nos últimos 30 anos, vem rendendo resultados, mostram dados de satélite na estratosfera. Porém recuperação total ainda pode levar seis décadas.

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Imagem da Nasa mostra buraco de ozônio sobre a Antártida
Imagem da Nasa mostra buraco de ozônio sobre a AntártidaFoto: NASA's Goddard Space Flight Center/Katy Mersmann

Observações diretas do buraco de ozônio, por satélite, mostram que a proibição global do clorofluorcarbono (CFC) fez com que a destruição da camada de ozônio diminuísse 20% em relação a 2005.

Susan Strahan, cientista atmosférica do Goddard Space Flight Center da Nasa, e sua colega Anne R. Douglass publicaram essas constatações na revista Geophysical Research Letters. "Vemos claramente que a concentração de cloro do CFC está decaindo, no buraco de ozônio, e que ocorre menos decréscimo de ozônio, em consequência", confirma Strahan.

Ambas se basearam em dados do Microwave Limb Sounder (MLS). A bordo do Aura, desde meados de 2004 esse aparelho vem medindo continuamente a temperatura e uma série de substâncias químicas na estratosfera inferior relacionadas à camada de ozônio, o efeito estufa e a mudança climática global.

O ozônio estratosférico protege a Terra ao absorver a radiação UV, capaz de causar câncer de pele e catarata, comprometer o sistema imunológico e danificar plantas. O CFC é uma substância química duradoura, antes utilizada em aerossóis e sistemas de refrigeração. Ao chegar à estratosfera terrestre, é decomposta pelos raios ultravioletas (UV) do sol, liberando átomos de cloro que destroem as moléculas de ozônio.

Recuperação lenta

Projeções estatísticas indicam que o ozônio antártico deverá se recuperar gradualmente à medida que o clorofluorcarbono abandonar a atmosfera. No entanto sua reconstituição completa deverá levar décadas, já que a camada enfrenta outras ameaças.

"O CFC tem ciclos de vida entre 50 e 100 anos, portanto permanece na atmosfera por um tempo muito longo. O buraco de ozônio deverá ter desaparecido por volta de 2060 ou 2080, e mesmo assim pode ser que ainda sobre uma pequena falha", prevê Douglass.

Dois anos depois de o buraco de ozônio da Antártida ter sido descoberto, em 1985, cerca de 150 países assinaram o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, com o fim de erradicar inteiramente a produção de CFC.

Ratificado em 1989, o pacto recebeu oito emendas, sendo a última em 2016. Atualmente ele tem como signatários 196 países e a União Europeia, tornando-se o  primeiro tratado universalmente ratificado na história das Nações Unidas.

AV/dw,ots

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