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Campanha de Trump manteve contatos frequentes com russos

15 de fevereiro de 2017

"New York Times" revela que consultas com inteligência da Rússia eram frequentes durante o ano que antecedeu a vitória eleitoral do republicano. Ligações coincidem com momento em que magnata começou a elogiar Putin.

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Os contatos ocorreram na mesma época em que Trump (esq.) elogiava publicamente o presidente russo, Vladimir Putin
Os contatos ocorreram na mesma época em que Trump (esq.) elogiava publicamente o presidente russo, Vladimir PutinFoto: picture-alliance/dpa/S. Thew & A. Druzhinin/Ria Novosti/Kremlin Pool

Membros da campanha eleitoral do hoje presidente Donald Trump mantiveram contatos frequentes com altos funcionários da inteligência russa ao longo do ano que antecedeu a eleição americana, revela em reportagem nesta terça-feira (14/02) o jornal The New York Times.

A revelação, feita com base em registros telefônicos e em ligações  interceptadas, chega ao público um dia após a renúncia do assessor de Segurança Nacional Michael Flynn, que mentiu à Casa Branca sobre conversas que manteve com o embaixador russo em Washington.

O NYT diz que, segundo quatro fontes familiarizadas com as investigações, as comunicações entre a Rússia e a campanha de Trump foram interceptadas em atividades de rotina dos serviços de inteligência que monitoram cidadãos e autoridades russas conhecidas das agências americanas

Segundo o jornal, agências de segurança e inteligência interceptaram as comunicações na mesma época em que descobriram provas de que a Rússia tentava sabotar as eleições presidenciais através de ciberataques ao Comitê Nacional do Partido Democrata.

Antes da posse do novo governo, o então presidente Barack Obama foi informado das comunicações entre supostos membros da inteligência russa e membros da campanha e funcionários das empresas Trump.

As agências americanas ficaram alarmadas com a quantidade de contatos ocorridos na mesma época em que Trump se pronunciava favoravelmente ao presidente russo, Vladimir Putin. O conteúdo das ligações, porém, não foi revelado pela reportagem.

As conversas gravadas não têm associação com os telefonemas de Flynn, nos quais ele teria discutido com o embaixador russo as sanções impostas pelo governo Obama em reação à suposta interferência russa nas eleições.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, afirmou nesta terça-feira que o presidente sabia há semanas que Flynn tinha mentido para o governo, especialmente para o vice-presidente Mike Pence, mas não tomou nenhuma atitude imediatamente.

Investigação independente

Enquanto aumentam os pedidos por uma investigação independente sobre a controvérsia envolvendo Michael Flynn, a Casa Branca informou que semanas de investigações internas não haviam encontrado evidências de má conduta, mas que o episódio acabou comprometendo a confiança nele, motivo pelo qual o governo pediu sua renúncia.

Inicialmente, o governo tentou dar a impressão de que a decisão de remover Flynn se baseava no fato de que ele tinha mentido para o vice-presidente. No dia seguinte, porém, foi revelado que Pence, que havia publicamente defendido Flynn, foi informado sobre a situação apenas na última quinta-feira.

Republicanos e democratas no Congresso pedem que o caso seja investigado, ainda que haja divergências sobre o alcance das investigações. Os democratas insistem que o presidente deve prestar esclarecimentos, enquanto os republicanos querem manter o foco em Flynn.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, afirmou ser "altamente provável" que o ex-assessor tenha que testemunhar perante um comitê de inteligência do Congresso.

RC/afp/rtr