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Veículo para megalópoles

12 de janeiro de 2010

Eles são atração do Salão de Detroit, mas ainda não estão prontos para o consumidor. Um estudo mostra que os carros elétricos devem ganhar mais espaço nas megalópoles a partir de 2015.

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Apresentação do novo carro híbrido da VWFoto: AP

A solução não é novidade, mas ainda não está à venda: o carro elétrico é a resposta mais viável para o futuro da indústria automobilística sustentável. Modelos diferentes estão à mostra no Salão de Detroit, numa sessão dedicada especialmente a esses veículos – mas quando chegarão com força ao mercado ainda não se sabe exatamente.

As gigantes da indústria automobilística se mostram dedicadas ao projeto de carro elétrico: o Blue Zero, da Mercedes, E-Up!, da Volkswagen e E-tron, da Audi, chamam a atenção no saguão na tradicional feira norte-americana. Embora sejam de empresas concorrentes, todos esses modelos pecam pela mesma característica: nenhum deles pode ser encontrado “num revendedor autorizado perto de você” – como costumam dizer os anúncios de televisão.

Mais opções

O já conhecido Classe A, da Mercedes, deve ser oferecido também com motor híbrido, com emissão menor de gases nocivos. Thomas Werber, executivo da empresa, acredita que as chances para esse tipo de carro são boas. “Mas vai acontecer devagar”, pontua Werber quanto ao futuro de motores mais limpos.

Para Rupert Stadler, executivo da Audi, o uso da tecnologia é inevitável. O que falta, entretanto, é sex appeal. Por isso a marca alemã levou a Detroit um carro ecologicamente correto e atraente: um modelo esportivo do E-tron. E ele tem outra característica que agrada os motoristas: vai de 0km a 100km em apenas 5,9 segundos. Uma versão mais modesta foi apresentada pela primeira vez no Salão de Frankfurt, em 2009.

Diversificar as opções “verdes” também é a meta da BMW. Segundo o chefe de pesquisas, Klaus Dräger, até 2020 a marca terá, além do motor tradicional, modelos híbridos e elétricos. O Active E, elétrico que BMW mostra em Detroit, consegue rodar apenas 160 quilômetros.

“Já temos uma boa experiência com a frota de 600 MINI elétricos, e acreditamos que os nossos clientes se dão por satisfeitos com um carro que consiga rodar até 160 quilômetros”, rebate Dräger.

Flash-Galerie Detroit Auto Show
Active E, da BMW: em exposição na Feira de DetroitFoto: AP

Megacidades: ambiente ideal

Justamente pelo limite de quilometragem que os carros elétricos atuais apresentam, o seu ambiente ideal poderá vir a ser as megacidades. É o que afirma um estudo da consultora McKinsey, empresa especializada em pesquisas na área de economia e negócios.

O estudo se concentrou em Nova York, Xangai e Paris, cidades onde carros elétricos com alcance de 50 quilômetros já seriam de grande ajuda. E essas metrópoles já dão mostra que irão receber bem a frota de elétricos: a cidade norte-americana planeja liberar a faixa de circulação exclusiva de ônibus também para os carros elétricos. Já em outras cidades, estuda-se a isenção de taxa de estacionamento.

Estima-se que até 2015, os modelos elétricos correspondam a 16% dos veículos das megalópoles. O estudo da McKinsey prevê que, em cinco anos, 70 mil carros do tipo circulem em Nova York. Na capital francesa, o número deve ser de 60 mil e, em Xangai 25 mil.

Na Alemanha, a previsão é que um milhão de elétricos estejam em circulação até 2020. Por isso a correria entre os engenheiros da Volkswagen, Mercedes, BMW em busca de um modelo ideal para o consumidor. “Nos próximos anos, a oferta deve crescer. As montadoras alemãs devem colocar à venda até o começo de 2012 um modelo elétrico”, avalia Christian Malorny, especialista da consultora McKinsey.

Lacunas e projeções

O que ainda falta para que esses veículos elétricos estejam à mostra nas vitrines de lojas, e não apenas nas feiras especializadas? Para Christian Morny, a indústria tem que pensar em modelos que, no futuro, deem mais possibilidades aos motoristas, que sejam mais versáteis. E, sobretudo, que tenham capacidade de percorrer distâncias mais longas.

E quando os elétricos finalmente chegarem às ruas, um novo modelo de negócio deve surgir: restaurantes, estacionamentos e até lojas de vestuário poderão ter o seu próprio ponto de abastecimento – e, quem sabe, presentear os clientes com uma recarga completa.

Autora: Nádia Pontes / DW

Revisão: Simone Lopes