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Católicos cubanos têm bons motivos para comemorar a Páscoa

7 de abril de 2012

Cuba celebra a Sexta-feira Santa pela primeira vez desde 1961. Atendendo a pedido feito pelo papa Bento 16 em sua recente visita à ilha, a Sexta-feira da Paixão voltou a ser feriado no país.

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Foto: Reuters

Nesta sexta-feira (06/04), os católicos cubanos vivenciaram uma Sexta-feira Santa especial. A missa central, celebrada na catedral da capital Havana, foi transmitida ao vivo pela televisão estatal. E o governo do país comunista declarou o dia em que católicos de todo o mundo recordam a crucificação de Cristo como feriado nacional.

Assim, o governo cubano atendeu a um pedido feito pelo papa Bento 16 ao presidente Raúl Castro. O líder da Igreja Católica pedira mais liberdade religiosa durante sua visita à ilha caribenha no final de março. Ainda não se sabe, todavia, se a Sexta-feira Santa irá continuar sendo feriado oficial. Isso será decidido posteriormente pelo Conselho de Ministros, afirmou o governo cubano.

Apelo por reconciliação

Dois anos após a revolução de 1959, liderada por Fidel Castro, Cuba proibiu a transmissão de celebrações religiosas no rádio e na televisão. Quando o papa João Paulo 2° visitou a ilha, em 1998, o governo em Havana reintroduziu o feriado de Natal, que havia sido abolido em 1969.

Na missa em Havana, também estavam presentes oito representantes do grupo de apoio aos oposicionistas Damas de Branco. Elas relataram que outros membros do grupo teriam sido presos a caminho da missa.

Em seu sermão, o arcebispo de Havana, cardeal Jaime Ortega, apelou aos cubanos por reconciliação. "Sem o perdão não é possível haver relações saudáveis entre as pessoas, nem vida familiar ou a reconciliação entre os povos e as nações", disse Ortega, sob cuja liderança a Igreja Católica cubana se transformou em mediador entre o governo e os oposicionistas.

Procissões permitidas

Desde o ano passado, Cuba passou a permitir novamente procissões. Segundo mensagens de fiéis no Twitter, a participação da procissão da Sexta-feira Santa deste ano foi relativamente baixa.

O feriado da Sexta-feira Santa pouco mudou a rotina das ruas de Havana. A blogueira Yoani Sánchez, uma das vozes críticas do regime mais conhecidas fora de seu país, escreveu que "sem saber, celebramos a Sexta-feira Santa: neste dia, nós não comemos carne, da mesma maneira que em todos os outros dias."

CA/dapd/dpa/epd/kna
Revisão: Luisa Frey