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Checkpoint Berlim: Sonho da praia fluvial na Ilha dos Museus

21 de agosto de 2017

Até 1925, berlinenses costumavam mergulhar no Spree. Hoje, rio que corta Berlim foi tomado pela poluição. Essa realidade pode mudar em breve, com iniciativa que deseja criar uma praia fluvial no centro da capital alemã.

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Iniciativa quer criar praia fluvial no rio Spree na região da lha dos Museus
Iniciativa quer criar praia fluvial no rio Spree na região da lha dos Museus Foto: Fotolia/fhmedien_de

Rios costumam deixar paisagens urbanas mais leves, mas nem sempre são aproveitados ao máximo pelos moradores, como em Berlim. Mergulhos no Spree, ao longo da famosa Ilha dos Museus, eram comuns até 1925. Consumido pela poluição ao longo das décadas, hoje quase ninguém se aventura mais nessas águas – apenas exibicionistas ou alguns bêbados que caem acidentalmente.

E mesmo se houver coragem para essa aventura, nadar no Spree é proibido, não somente pela péssima qualidade da água, mas também devido aos riscos gerados por barcos que navegam na região. Quem desafia a proibição corre o risco de pagar uma multa de até 200 euros. Porém, uma iniciativa quer mudar esse cenário e reviver o glorioso passado banhista do Spree.

A jornalista Clarissa Neher vive em Berlim desde 2008
A jornalista Clarissa Neher vive em Berlim desde 2008Foto: DW/G. Fischer

Há 20 anos, a Associação Praia Fluvial Berlim sonha em limpar o rio e criar uma praia na altura da Ilha dos Museus, para os berlinenses aproveitarem melhor as águas que embelezam a paisagem da cidade. A iniciativa deseja concretizar esse projeto até 2025 – data que marcaria o centenário dos últimos mergulhos no rio.

Depois de duas décadas quase no limbo, o projeto tem agora uma chance de sair do papel, pois finalmente conseguiu atrair o apoio do governo local. Para limpar o Spree na altura da praia fluvial, a associação pretendem instalar um filtro natural, desenvolvido por engenheiros que fazem parte da iniciativa.

Um projeto piloto de filtros foi construído num barco que ficará ancorado no Spree durante dois anos. O estudo procura determina que tipo de filtro ecológico – plantas, conchas ou cascalhos – seria mais eficiente na limpeza destas águas.

Quanto custaria tirar do papel a praia fluvial, que prevê também a construção de banheiros públicos para os banhistas, ainda é um mistério. A associação evita falar em números, pois, segundo os idealizadores, eles pretendem apresentar um orçamento concreto que corresponda à realidade e, para isso, aguardam os resultados dos testes do projeto piloto.

Apesar de todas as incertezas, os idealizadores da praia fluvial têm certeza que será possível limpar parte do Spree até 2025.

Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.