1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

China anuncia medidas de retaliação após EUA banirem TikTok

19 de setembro de 2020

Pequim institui mecanismo para punir empresas estrangeiras cujas atividades "ataquem a soberania nacional da China”. Anúncio ocorre um dia após americanos banirem aplicativos chineses.

https://p.dw.com/p/3ijJ7
USA | US-Präsident Donald Trump will App Tiktok verbieten
Foto: picture-alliance/NurPhoto/J. Porzycki

A China anunciou neste sábado (19/09) o lançamento um mecanismo que lhe permitirá sancionar empresas estrangeiras, marcando mais um passo na disputa tecnológica com os Estados Unidos. O anúncio ocorre um dia depois que Washington anunciou que vai banir os aplicativos chineses TikTok e WeChat.

O novo mecanismo chinês não menciona diretamente nenhuma empresa estrangeira. Mas faz alusão, de forma geral, a uma série de ações que implicariam sanções para as empresas e restrições às atividades e entrada de material e pessoas na China.

A lista incluirá as empresas cujas atividades "ataquem a soberania nacional da China e seus interesses em termos de segurança e de desenvolvimento" ou que violem "as regras econômicas e comerciais internacionalmente aceitas", segundo o Ministério do Comércio da China.

A lista chinesa de "entidades não confiáveis" está sendo encarada como uma resposta de Pequim para contra os Estados Unidos, que utilizou sua própria "lista de entidades" para excluir a gigante chinesa das telecomunicações Huawei do mercado americano, ao mesmo tempo em que tomou medidas contra o TikTok e WeChat.

O mecanismo chinês foi anunciado um dia após o Departamento do Comércio dos Estados Unidos aumentar a pressão ao ordenar a proibição dos downloads do aplicativo TikTok e um bloqueio efetivo do aplicativo WeChat.

Já as medidas chinesas podem incluir multas contra a entidade estrangeira, proibição para realizar operações comerciais e investimentos na China, assim como restrições à entrada de pessoas ou equipamentos no país.

Segundo o ministério chinês, as medidas podem afetar "empresas estrangeiras, outras organizações e indivíduos".

De acordo com a ordem dos EUA de sexta-feira contra os aplicativos chineses, o WeChat - propriedade do Tencent - perderia parte de suas funções no país a partir de domingo.

Em relação ao TikTok, a medida vai impedir os usuários de instalar atualizações, mas eles poderão continuar acessando o serviço até 12 de novembro.

Em várias ocasiões o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que o TikTok, uma das redes sociais que mais cresceu nos últimos anos, representa uma "ameaça" à segurança nacional americana e que buscou forçar sua venda para uma empresa dos EUA.

"Por ordem do presidente, tomamos medidas significativas para combater a coleta maliciosa pela China de dados pessoais de cidadãos americanos, promovendo os nossos valores nacionais, normas baseadas em regras democráticas e aplicação agressiva das leis e regulamentos dos EUA", afirmou através de nota o secretário de Comércio dos EUA, WilburRoss.

A ordem também levanta questões sobre o recente acordo fechado pelo gigante da tecnologia californiano Oracle para assumir as operações americanas da TikTok, uma exigência do governo Trump para que o aplicativo chinês continuasse operando nos EUA.

Já o Ministério do Comércio da China condenou, neste sábado, o que chamou de "intimidação" americana, afirmando que as ações violam normas comerciais internacionais e que não havia comprovações de nenhuma ameaça à segurança.

"Se os Estados Unidos insistirem em seguir seu próprio caminho, a China tomará as medidas necessárias para preservar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas", declarou a pasta.

O WeChat é muito usado por expatriados chineses para manter contato com suas famílias e há um processo judicial pendente nos Estados Unidos de vários usuários contra o bloqueio.

No caso do TikTok, a medida aumenta a pressão sobre a ByteDance, a empresa proprietária chinesa, para que conclua um acordo de venda total ou parcial do aplicativo e, dessa forma, elimine as preocupações de segurança dos Estados Unidos.

JPS/afp/ots/efe