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China diz que sanções são necessárias, mas pede diálogo

6 de agosto de 2017

Governo em Pequim afirma que punir regime em Pyongyang não pode ser objetivo final e que todas as partes envolvidas devem retornar à mesa de negociações. EUA dizem observar se chineses vão implementar decisões.

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Nordkorea Raketentest
Foto: picture-alliance/AP Photo/Korean Central News Agency

O ministro do Exterior da China, Wang Yi, disse neste domingo (06/08) que as sanções aprovadas neste fim de semana pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas são necessárias, mas ressalvou que elas não são o objetivo final.

"Nosso objetivo é trazer todas as partes envolvidas de volta à mesa de negociações, encontrando soluções por meio do diálogo para que possamos realizar a desnuclearização da Península Coreana", disse Wang em Manila, nas Filipinas, às margens de uma reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean). "Não podemos fazer um e negligenciar o outro. São necessárias sanções, mas as sanções não são o objetivo final", afirmou.

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Wang também se encontrou com o ministro norte-coreano do Exterior, Ri Yong Ho, e relatou que ele pediu a Ri para que seu país respeitasse as resoluções da ONU.

Susan Thornton, diplomata dos Estados Unidos para a Ásia, disse que o governo americano está observando atentamente o governo em Pequim para garantir que implemente as últimas sanções da ONU. Ela também apontou que o fato de a China ter votado para aprovar as sanções mostra que Pequim entende a gravidade do problema.

Tanto a Coreia do Sul quanto os Estados Unidos elogiaram as sanções mais duras da ONU. O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, descreveu as medidas como "um bom resultado".

A situação na Coreia do Norte provavelmente dominará o Fórum Regional da Asean nesta segunda-feira, onde 27 ministros do Exterior – incluindo os da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, da China, do Japão, da Rússia e dos EUA – vão se reunir para discutir questões de segurança na região.

Sanções mais duras

Wang Yi fala a repórteres em Manila
O ministro chinês Wang Yi: "Não podemos fazer um e negligenciar o outro"Foto: Getty Images/AFP/T. Aljibe

O Conselho de Segurança reforçou neste sábado as sanções à Coreia do Norte de maneira unânime. A decisão foi adotada a partir de uma resolução apresentada pelos EUA, que prevê reduzir as receitas de exportação do Estado comunista em um terço.

A resolução proíbe a Coreia do Norte de exportar carvão, ferro, minério de ferro e de chumbo e frutos do mar. Os produtos geram ao país mais de 1 bilhão de dólares por ano de receita.

As sanções também preveem proibir países estrangeiros de aceitar mais trabalhadores da Coreia do Norte, de entrar em novas sociedades com a Coreia do Norte ou de investir mais nas atuais. Além disso, foram adicionados a uma lista negra nove figuras do regime e quatro organizações, incluindo o principal banco de câmbio da Coreia do Norte.

As medidas são as primeiras de tal magnitude a serem impostas ao pequeno país asiático desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, assumiu o cargo. Entre outras coisas, elas indicam uma vontade da China de punir o seu aliado e vizinho.

A China e a Rússia já resistiram a outras tentativas dos EUA de impor sanções. Desta vez, Trump elogiou o voto favorável das duas potências e escreveu no Twitter: "China e Rússia votaram com a gente. Impacto financeiro muito grande!"

Washington começou a negociar a resolução com Pequim há um mês em resposta ao teste de mísseis balísticos intercontinentais realizado em 4 de julho pela Coreia do Norte. Esse teste foi seguido por outro, em 28 de julho.

Embora severas, as novas medidas não preveem os cortes nas entregas de petróleo à Coreia do Norte, que inicialmente foram propostas pelos Estados Unidos.

A Coreia do Norte já enfrenta sanções da ONU desde 2006 por causa dos seus programas nuclear e de desenvolvimento de mísseis.

Neste domingo, um dia após o anúncio das sanções, um dos jornais oficiais da Coreia do Norte fez ameaças aos EUA em editorial. "No dia que os Estados Unidos se atreverem a provocar a nossa nação com armas nucleares ou sanções, o território norte-americano ficará submerso num inimaginável mar de fogo", escreveu o Rodong Sinmun.

JPS/dpa/rtr