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Cifras da covid-19 batem recordes na Alemanha

11 de dezembro de 2020

Crescem apelos por lockdown enquanto país atinge máximas em contágios e mortes. Ministro do Interior pede "lockdown imediato". Estados apertam restrições às vésperas de reunião emergencial com Merkel.

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Médicos em UTI
Escassez de leitos de UTI preocupa, apesar de Alemanha ser líder mundial em capacidade no setorFoto: Waltraud Grubitzsch/dpa/picture alliance

A Alemanha registrou nesta sexta-feira (11/12) novos recordes em contágios e óbitos diários na pandemia de coronavírus, aumentando a pressão sobre as administrações dos 16 estados do país por um acirramento das restrições sociais às vésperas de uma reunião emergencial dos governadores com a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

O país contabilizou 29.875 novas infecções e 598 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, os maiores números para ambos os indicadores desde o começo da pandemia, segundo levantamento do Instituto Robert Koch (RKI), a agência de controle e prevenção de doenças do governo alemão.

A maior marca de contágio até então fora reportada na quinta-feira, de 23.679 positivos, ou seja, quase 6,2 mil a menos do que a desta sexta. Já o recorde anterior de mortes em um mesmo dia foi registrado na última quarta-feira, com 590.

Desde o começo da propagação do novo coronavírus, já foram contabilizados na Alemanha mais de 1,2 milhão de casos de infecção e 20.970 óbitos em decorrência da covid-19.

"Está claro que são necessárias medidas adicionais, e eu quero dizer, como ministro da Saúde, que elas são necessárias antes mais cedo do que mais tarde'', afirmou o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn. "Não seríamos capazes de nos perdoar se este Natal se tornar acima de tudo um festival para o vírus'', acrescentou. "E se formos francos, o vírus não leva muito em conta se todos nós terminamos nossas compras de Natal ou não."

"Lockdown imediato"

O ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, disse à revista Der Spiegel que um lockdown "tem que ocorrer imediatamente".

A chanceler Angela Merkel, que na quarta-feira fez no Bundestag um apelo emocionado pela restrição do contato social, deve se reunir com os governadores alemães neste domingo para discutir uma resposta nacional para a pandemia, embora o sistema federalista alemão geralmente leve a um conjunto diferenciado de regras em todo o país.

Os estados conseguiram chegar a um acordo, no final de outubro, sobre um lockdown parcial, que vigora desde o início de novembro, obrigando o fechamento de bares, restaurantes e locais de lazer em todo o país e, em grande parte, uma limitação de encontros para membros de até dois domicílios. Comércio e escolas permaneceram abertos.

Mas as medidas não conseguiram controlar a segunda onda de infecções na maior economia da Europa. Autoridades de saúde alertam sobre a diminuição de leitos nas unidades de terapia intensiva – apesar de a Alemanha ser líder mundial em capacidade de UTI – e que hospitais em algumas regiões estão chegando a seus limites. Algumas administrações estaduais começaram a intensificar as restrições.

Estados anunciam confinamento

O governador de Baden-Württemberg, Winfried Kretschmann, anunciou que, a partir deste sábado, entrarão em vigor no estado, no sudoeste da Alemanha, um toque de recolher noturno a partir das 20h e restrições de circulação durante o dia, quando as pessoas só podem sair de casa com justificativa, como para compras. 

O prefeito de Berlim, Michael Müller, já propôs um lockdown completo para a capital alemã, com o fechamento de lojas e envio de alunos da escola para casa na capital, seja por férias prolongadas de Natal ou com retomada do ensino à distância. Ainda não está claro quando tais medidas poderão entrar em vigor. Müller deve apresentar seu plano na terça-feira.

Markus Söder, governador da Baviera, no sul do país, propõe um bloqueio semelhante, que começaria imediatamente após o Natal e duraria "o tempo que for preciso". No estado, desde a quarta-feira, as pessoas só podem sair de casa com justificativa, como para trabalhar, ir ao médico, entre outras. O consumo de álcool do lado de fora nos centros das cidades é proibido. Entretanto, o comércio ainda permanece aberto.

Na Saxônia, no leste da Alemanha, a partir de segunda-feira e até no mínimo dia 10 de janeiro, permanecerão fechados escolas, jardins de infância e o comércio não essencial. 

MD/efe/dpa/afp/ap