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Estreia aguardada

14 de setembro de 2010

Diretor alemão conhecido por produções como "Corra, Lola, Corra" prepara o lançamento de seu novo filme "Drei" (Três), apresentado no Festival de Veneza.

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Filme de Tykwer concorreu ao Leão de Ouro, em VenezaFoto: Berns Sobolla

Seu primeiro sucesso internacional foi Corra, Lola, Corra (1988) e suas últimas grandes produções O Perfume, a História de um Assassino (2006) e Trama International (2009). Agora, o diretor alemão Tom Tykwer se vê às voltas com o lançamento de mais um título para sua filmografia, o longa-metragem Drei (Três), que concorreu ao Leão de Ouro no Festival de Veneza.

Mesmo tendo perdido para Somewhere, de Sofia Coppola, o filme promete agradar público e crítica quando entrar em cartaz, em dezembro próximo. A película conta a história de Hanna e Simon, um casal que – depois de 20 anos de convivência – se apaixona pelo mesmo homem. O tema, atual e provocador, leva a questionar se é possível viver um triângulo amoroso na realidade ou se esse tipo de aventura pertence apenas ao âmbito do desejo.

Para Tykwer, o filme não é nenhuma apologia da relação a três. "Trata-se muito mais de uma certa abertura que devemos preservar a partir do que conhecemos. Pois sempre tenho a sensação de que somos muito mais avançados na nossa própria percepção do que naquilo que efetivamente realizamos na vida", diz.

Filmszene Drei von Tom Tykwer
Cena do 'Drei', longa-metragem de TykwerFoto: X Verleih



E acrescenta: "Muitas vezes somos muito arraigados nas obsessões conservadoras, burguesas e domadas de como a vida tem de ser. E ao mesmo tempo temos bastante conhecimento de nossas outras necessidades. Equilibrar ambos é difícil. Mas temos que ter em mente que não é nada condenável lidar com seus sentimentos e impulsos. Não é uma traição imediata às pessoas à minha volta admitir para mim mesmo que também dedico uma certa atenção às demais".

Drei também trata daquele momento da vida em que a pessoa, independentemente da idade, para e se pergunta o que já passou e o que está por vir. "Acho que o filme trata da vida adulta, não importa como ela seja sentida, ou seja, de pessoas que assumem a responsabilidade de moldar suas próprias vidas. Trata-se de pessoas que talvez afirmem ter chegado a algum lugar e de repente constatam que isso não passa de uma afirmação. Muitas vezes as coisas são mais frágeis do que se pensa", divaga o cineasta.

Em terras familiares

Segundo o diretor, a ideia de filmar de novo na Alemanha surgiu naturalmente. "Não foi uma decisão consciente, do tipo 'agora quero fazer novamente um filme alemão'. Eu estava há muito com esse tema na cabeça e o desenvolvi durante um bom tempo, até perceber que tinha chegado a hora de fazê-lo. E eu também queria filmar novamente na Alemanha devido ao sentimento de estar em casa. É o país onde moro e me sinto bem. E sempre gosto de retratar aspectos disso no filme".

Deutschland Geschichte Film Filmszene Lola rennt Flash-Galerie
'Corra, Lola, Corra' foi o primeiro sucesso internacional do diretorFoto: X Filme



A possibilidade de trabalhar na língua alemã não deixou de influenciar a decisão de Tykwer. Para ele, dirigir em inglês significa ter que traduzir interiormente para outra língua aquilo que ele quer dizer. "Sempre tenho que parar e pensar um pouco, para atribuir o sentido certo às palavras. Em alemão é mais fácil sair com os atores em busca de uma linguagem comum. E prefiro muito mais essa busca", justifica Tykwer.


Entre a ficção e a realidade

Em Drei, os elementos reais e fictícios se mantém em equilíbrio, segundo explica o diretor. O que ele retrata no filme é um mundo que ele não desconhece, por mais que não seja o seu. "São pessoas com mais ou menos a minha idade, da mesma cidade onde vivo, integradas no mesmo universo cultural e intelectual que eu. O resto são elementos fragmentários que canalizei em um fluxo narrativo", descreve.

Mesmo sem ter conquistado o Leão de Ouro, Tykwer afirma ter prazer de mostrar seu trabalho no Festival de Veneza, do qual participou pela terceira vez neste ano. "Gosto do simpático caos que impera lá. Acho que isso ajuda a descontrair o olhar, de certa forma." E descontração é um pressuposto importante para apreciar sua última produção, ressalta o diretor: "É melhor quando a pessoa não tenta destilar a tese do filme, mas se mostra disposta a descobrir sua atmosfera e o que ele tem de lúdico", diz Twyker.

MDA/dpa/ap
Revisão: Simone Lopes