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Cineasta ucraniano recebe prêmio de direitos humanos da UE

25 de outubro de 2018

Preso na Rússia sob acusação de terrorismo, Oleg Sentsov é considerado um símbolo da luta pela libertação de presos políticos na Rússia e em todo o mundo, causa pela qual protestou com uma greve de fome de 145 dias.

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Oleg Sentsov
Oleg Sentsov foi condenado em 2015 pela Justiça russa a 20 anos de prisão por atividades terroristas na CrimeiaFoto: picture-alliance/AP Photo

O cineasta ucraniano Oleg Sentsov, atualmente preso na Rússia, foi anunciado nesta quinta-feira (25/10) como o vencedor do prêmio Sakharov de Liberdade e de Direitos Humanos do Parlamento Europeu 2018.

Sentsov foi condenado em 2015 pela Justiça russa a 20 anos de prisão por supostas atividades terroristas na Península da Crimeia, território anexado por Moscou em 2014. A Ucrânia e o Ocidente o consideram um preso político.

A premiação de Sentsov foi apoiada por forças conservadoras e liberais do Parlamento Europeu, superando os demais finalistas. Seus concorrentes eram um grupo de 11 ONGs que trabalham no resgate de migrantes no Mar Mediterrâneo e Nasser Zefzafi, líder de um movimento de protestos no Marrocos, preso desde 2017.

Sentsov, de 42 anos, foi condenado por supostamente preparar atentados terroristas na Crimeia. Há pouco ele desistiu, por motivos de saúde, de continuar uma greve de fome após 145 dias exigindo a libertação de todos os presos políticos na Rússia.

A piora de seu estado de saúde gerou fortes críticas da comunidade internacional e foi denunciada em várias ocasiões por seu advogado, mas as autoridades penitenciárias e o Ministério Público russo afirmam que o cineasta está em condições "satisfatórias" e passa por avaliações médicas constantes.

Ele se encontra numa colônia penal localizada ao norte do Círculo Polar Ártico. Recentemente, foi revelado que ele estaria escrevendo um roteiro sobre sua trajetória e sobre a vida na prisão.

Líderes mundiais e diversas personalidades do mundo da cultura pediram a Moscou a libertação de Sentsov, mas o Kremlin alega que para ser indultado ou anistiado ele deveria se declarar culpado – o que o cineasta se recusa a fazer – e solicitar o indulto ao presidente russo, Vladimir Putin, algo que ele também não cogitaria.

"Com sua coragem e determinação, colocando sua própria vida em risco, o cineasta Oleg Sentsov se tornou um símbolo da luta pela libertação de presos políticos na Rússia e em todo o mundo", afirmou o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani. "Ao lhe dedicar o prêmio Sakharov, o Parlamento Europeu expressa solidariedade para com ele e sua causa", disse o eurodeputado italiano, renovando o pedido para que ele seja libertado.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, elogiou a premiação por parte dos eurodeputados. "Estou certo de que essa decisão do Parlamento Europeu tornará a libertação de Oleg Sentsov mais próxima", afirmou.

Criada em 1988 em homenagem ao dissidente soviético Andrei Sakharov, a premiação é concedida anualmente pelo Parlamento Europeu a indivíduos ou grupos que lutam pela defesa dos direitos humanos e da democracia. O primeiro contemplado foi o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela. No ano passado, o vencedor do prêmio, no valor de 50 mil euros, foi a oposição democrática na Venezuela.

RC/efe/afp

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