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Começa a campanha eleitoral na Alemanha

(kh / hd / sm)22 de julho de 2005

Os políticos alemães terão bem pouco tempo de campanha para conquistar novos eleitores. Embora as enquetes indiquem uma nítida vantagem da oposição conservadora, a disputa eleitoral promete ser animada.

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Partidos alemães trocam de papel na campanha

Diante da antecipação das eleições parlamentares, os partidos alemães tiveram pouco tempo para preparar a campanha eleitoral. O pesquisador Wolfgang Dornsbach, especialista em comunicação em processos eleitorais, acredita que a campanha terá menos influência do que em circunstâncias normais, mas que o teor dos programas deverá ter mais peso.

Trabalho e propostas justas de reforma do sistema social deverão ser os principais tópicos da campanha, assuntos que os partidos provavelmente vão instrumentalizar para se diferenciar dos demais. A oposição cristã, adepta da idéia de que social é aquilo que gera emprego, não vai perder a chance de acusar os social-democratas de fracasso na luta contra o desemprego.

Governo oposicionista

O interessante nesta campanha eleitoral é a posição que assumiu o Partido Social Democrata (SPD). Com o programa de reforma Agenda 2010, lançado há dois anos, o partido do premiê Gerhard Schröder implementou cortes sociais impopulares, colocando seu prestígio à prova. O troco não demorou e o eleitorado demonstrou sua insatisfação com clareza nas eleições estaduais, selando a derrota política social-democrata.

Por ter antecipado as eleições parlamentares, o SPD dificilmente pode se recomendar ao eleitorado como partido da situação e defender a continuidade do programa de governo. O que os social-democratas fizeram foi colocar-se na posição de oposição, lançando um Manifesto Eleitoral pouco condizente com seu papel de governo.

Conservadores sociais

A inversão de papéis também toca à União Democrata Cristã (CDU). Além de ter assumido a postura de partido do governo, os conservadores se apresentam como os verdadeiros salvadores do Estado social, uma função que competiria ao SPD. Isso, apesar de os democrata-cristãos terem endossado boa parte das reformas de Schröder.

No espectro da esquerda, os social-democratas também estão sob pressão da nova aliança WASG (Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social), que não terá dificuldade em convencer o eleitorado da importância de sua exigência por mais justiça social.

As enquetes mais recentes indicam que a WASG estará representada no Bundestag, sendo que apenas partidos que obtiverem mais de 3% do total de votos têm direito a uma representação no Parlamento.

Desânimo verde

Na impossibilidade de ignorar a exigência das bases por uma política econômica mais social, o SPD confirmou – em seu manifesto eleitoral – a Agenda 2010, mas enfatizou pontos aprovados pela ala esquerdista, como um imposto extra para pessoas altamente bem remuneradas e a ampliação do salário mínimo para novos setores econômicos, entre outros.

Entre os partidos menores, o ânimo pela disputa eleitoral parece ser menor. Isso também vale para os verdes e seu prestigioso candidato Joschka Fischer. Afinal, eles eram contra a antecipação das eleições, mas nem sequer foram consultados pelos parceiros social-democratas da coalizão.