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Enchentes na Ilha da Madeira

21 de fevereiro de 2010

Forte temporal e inundações provocaram dezenas de mortos na ilha portuguesa. Funchal, onde nasceu o jogador Cristiano Ronaldo, parece "cenário de guerra", relatam testemunhas.

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Homem recebe ajuda para atravessar rua inundadaFoto: AP

A tragédia que atingiu a Ilha da Madeira neste sábado (20/02) matou mais de 40 pessoas e feriu outras 100. Segundo a Defesa Civil, há "muitíssimos desaparecidos".

"Foi dantesco, parecia o fim do mundo, o dilúvio. Em toda minha vida jamais vi algo igual", contou à imprensa portuguesa José Silva, morador de Funchal, capital da ilha.

Ele não conseguia esconder seu desespero após o forte temporal, com ventos de até 100 quilômetros por hora, seguido de inundações. Segundo a imprensa portuguesa essa é a pior catástrofe na região dos últimos 100 anos.

De acordo com testemunhas, Funchal, onde nasceu e cresceu o jogador de futebol Cristiano Ronaldo, parecia neste sábado um "cenário de guerra", com caos mesclado ao silêncio pelo luto.

Madeira / Hochwasser / Erdrutsch
Força das águas da enxurrada arrastou veículos ribanceira abaixo na ilha portuguesaFoto: AP

A enxurrada arrastou pessoas e veículos, destruiu casas, pontes e árvores. Vários povoados ficaram completamente isolados, como Curral das Freiras, de 4 mil habitantes.

"Ninguém sabe dizer quantos desaparecidos há realmente. Debaixo dos escombros, da água e da terra certamente há muitos cadáveres. Vai demorar meses até limpar isso tudo", afirmou em Funchal um enviado da emissora de televisão SIC.

O repórter contou que viu crianças desesperadas em cima de carros, levados pela enchente, pedindo ajuda aos gritos. No pior momento do temporal, antes do meio-dia local, dezenas de pessoas fugiram de suas casas, buscando refúgio em árvores ou telhados. Também milhares de turistas foram atingidos pela forte chuva.

Volume de precipitação excedeu a média mensal

Segundo o Instituto português de Meteorologia, somente entre 10 e 12 horas da manhã de sábado, caíram 52 litros de água por metro quadrado. "Não podíamos prever isso. Foi incrível", comentou a porta-voz do Instituto de Meteorologia.

O serviço de meteorologia avaliou que o volume de precipitação excedeu a média mensal. Não eram previstas novas chuvas fortes em Madeira para os próximos dias.

Ajuda do governo português nos resgates

O primeiro ministro português, José Sócrates, que se declarou "profundamente consternado", visitou Madeira na noite de sábado e ao regressar a Lisboa prometeu "toda a ajuda necessária".

O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso, também manifestou consternação diante da catástrofe e expressou condolências às famílias das vítimas. A Comissão Europeia dará respaldo às autoridades portuguesas nesta "horrenda catástrofe", assegurou.

RW/rtrs/dpa

Revisão: Marcio Damasceno