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Comissão internacional quer investigar ataque a MSF

Chase Winter (rc)14 de outubro de 2015

A IHFFC, que realiza investigações independentes, pede autorização aos EUA e ao Afeganistão para iniciar inquérito sobre ataque. Médicos Sem Fronteiras diz que bombardeio violou as leis de guerra internacionais.

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Foto: reuters

A Comissão Internacional de Investigação Humanitária (IHFFC) notificou a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) ter pedido a aprovação do Afeganistão e dos Estados Unidos para conduzir um inquérito independente sobre os ataques aéreos a um hospital em Kunduz.

A ONG MSF afirmou que havia acionado a IHFFC, como primeiro passo para realização de uma investigação sobre o ataque da Força Aérea americana que matou 12 membros da equipe médica e mais dez pacientes em 3 de outubro na cidade afegã, que se encontrava sob domínio do Talibã.

A IHFFC é uma organização internacional que realiza investigações independentes sobre violações das leis humanitárias sob a Convenção de Genebra. Para que os inquéritos possam ser realizados, os países envolvidos nos incidentes devem aprovar a intervenção do órgão.

A MSF sustenta que o bombardeio violou as leis de guerra internacionais. Logo após o ataque, a Otan abriu uma investigação juntamente com o Departamento de Justiça dos EUA e o Pentágono, além de uma equipe formada por afegãos e americanos.

"Recebemos condolências e pedidos de desculpa, mas isso não é suficiente. Ainda não sabemos por que um hospital bem conhecido, repleto de pacientes e equipes médicas, foi repetidamente bombardeado por mais de uma hora", declarou em comunicado a presidente da MSF, Joane Liu. "Precisamos entender o que aconteceu, e por que."

A MSF diz não confiar apenas numa investigação militar interna sobre o ocorrido. "Precisamos saber se as regras de guerra mudaram, não apenas em nome de Kunduz, mas pela segurança de nossas equipes que trabalham em hospitais nas frentes de batalha em todo o mundo", exigiu Liu.

Em entrevista à DW realizada nesta semana, o comandante supremo da Otan na Europa, general Philip Breedlove, disse apoiar uma investigação independente em Kunduz, contrariando a opinião das principais autoridades de Defesa dos EUA.

Os bombardeios atingiram o hospital da MSF enquanto as forças de segurança afegãs, apoiadas pelos EUA, lutavam para retomar o controle da cidade durante o breve domínio do Talibã. A MSF encerrou suas atividades em Kunduz, deixando centenas de cidadãos sem assistência médica.