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Como pensam os jovens europeus?

Dagmar Breitenbach-Ulrich (md)30 de maio de 2016

Pesquisa online procura saber o que pensa e como se sente nova geração do Velho Continente. Resultado preliminar sugere que maioria não abre mão de internet e que moradores do norte são mais otimistas do que os do sul.

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Jovem usando smartphone
Foto: picture-alliance/dpa/K. Hildenbrand

A maioria dos jovens europeus entre 18 e 34 anos pode imaginar uma vida feliz sem filhos, carros, um aparelho de TV, ou Deus, mas não sem a internet. Esse é o resultado provisório de uma sondagem interativa online chamada Generation What, lançada em 11 de abril e realizada até novembro de 2016.

Até o momento a pesquisa contou com mais de 650 mil participantes de 31 países europeus. O objetivo é dar aos jovens do Velho Continente a oportunidade de traçar um retrato de sua geração.

Desejos, esperanças e preocupações

Sociólogos elaboraram o questionário com 149 perguntas, que abordam desde assuntos como família e sexo até religião e política. A pesquisa está sendo coordenada pela União Europeia de Radiodifusão (EBU), sediada em Genebra. Emissoras estatais de 12 países da União Europeia participam do projeto, com suas próprias páginas de internet e questionários em suas respectivas línguas.

Gráfico da pesquisa "Generatiion What" da EBU
Entre as questões da "Generatiion What": "Qual seu sentimento em relação ao futuro?"

Todos os maiores de 16 anos podem participar da pesquisa, embora os sociólogos estejam mais interessados no grupo-alvo entre 18 e 34 anos. "Em geral, tenho a impressão de que os jovens são bastante positivos em relação à vida", afirma Thomas Grond, diretor responsável pela audiência jovem na EBU.

Contudo ele aponta que alguns dos resultados surpreenderam. A pergunta "Será que a sociedade lhe dá a oportunidade de mostrar do que você é capaz?" revelou uma clara divisão entre a Europa Setentrional e a Meridional. De 537 mil entrevistados de 29 países que responderam a questão, "60% dos alemães, por exemplo, disseram que sim, enquanto 81% dos italianos disseram que não". Os gregos apresentaram um resultado negativo similar, com 80%.

Tradição antiga perde importância

Até agora, a pesquisa descobriu que valores tidos como importantes durante décadas após a Segunda Guerra Mundial, incluindo a igreja aos domingos, passeios em família com o novo carro e o hábito de a família assistir à TV junta, parecem estar perdendo importância em toda a Europa.

A internet, por outro lado, ganha destaque, com 52% dos jovens alemães afirmando não poderem imaginar a vida sem ela. E uma maioria ainda mais significativa diz não poder abrir mão de música e livros – 88% e 71%, respectivamente.

Na Alemanha, cerca de 80% do grupo-alvo entre 18 e 34 anos pode imaginar uma vida sem religião, e 52% se imaginam felizes sem ter filhos. Na Itália, este último grupo chegou a 76%.

Gráfico da pesquisa "Generatiion What" da EBU
Maioria entrevistada pela EBU concorda que "Onde há vontade, há um caminho"

A maioria dos entrevistados na França, 56%, é contra as muçulmanas cobrirem a cabeça por motivos religiosos no trabalho ou em público, enquanto só 39% dos alemães são dessa opinião. Por outro lado, estes são menos tolerantes com homens que assoviam para assediar as mulheres ou que usam calças frouxas, deixando entrever as roupas de baixo.

Por fim, a pesquisa "Generation What" convida os participantes a resumirem sua geração em apenas uma palavra. Entre as numerosas sugestões, "Y" – que há algum tempo a maioria dos pesquisadores usa para se referir aos nascidos do início dos anos 1980 até 2000, aproximadamente – aparece no topo da lista, com 219 sugestões, seguido de 164 votos para "perdida", 74 para "da degenerescência ", enquanto "liberdade" aparece 56 vezes. Menos populares foram "da lavagem cerebral" e "mal orientada".