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Comunidade internacional reage a teste de míssil do Irã

31 de janeiro de 2017

Conselho de Segurança da ONU se reúne em caráter de emergência para discutir possível violação do acordo nuclear iraniano. Netanyahu diz que vai propor a Trump novas sanções a Teerã.

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Imagem disponibilizada pelo governo iraniano mostra míssil balístico lançado em março de 2016
Imagem disponibilizada pelo governo iraniano mostra míssil balístico lançado em março de 2016Foto: picture-alliance/dpa/Defence Ministry Iran

Um suposto teste com mísseis balísticos que teria sido efetuado pelo Irã no último fim de semana deixou a comunidade internacional em alerta. Israel e União Europeia (UE) criticaram a manobra, e o Conselho de Segurança da ONU anunciou uma reunião de emergência para discutir o assunto.

Nesta terça-feira (31/01), o ministro do Exterior do Irã, Mohammad Javad Zarif, se negou a confirmar que o país fez o teste, mas reforçou que a "questão dos mísseis não é parte do acordo nuclear" firmado com grandes potências em 2015.

Zarif acrescentou que os mísseis do Irã não foram "desenhados" para ter capacidade de transportar armas nucleares. "Esperamos que o programa de defesa do Irã não seja usado pela nova administração dos Estados Unidos como pretexto para criar novas tensões", afirmou. "O Irã nunca vai usar mísseis produzidos no Irã para atacar qualquer outro país."

A resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas proíbe o Irã de fazer testes com mísseis de capacidade nuclear. O conselho se reúne em caráter de emergência nesta terça-feira para discutir o suposto teste.

A reunião extraordinária foi convocada pelos Estados Unidos com base num apelo do embaixador israelense na ONU, Danny Danon. "A comunidade internacional não deve enterrar sua cabeça na areia diante dessa agressão do Irã", afirmou o diplomata.

Já a Rússia argumentou que o suposto teste com mísseis balísticos não contradiz a resolução da ONU sobre o programa nuclear do Irã. "Tais ações, se aconteceram, não ferem a resolução", disse o vice-ministro do Exterior da Rússia, Sergei Ryabkov. Para ele, a solicitação de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU tem o intuito de escalar a situação.

Netanyahu pede resposta

Um dos maiores críticos do acordo nuclear, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que vai propôr novas sanções ao Irã em encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 15 de fevereiro.

"O Irã novamente fez um teste balístico. Isso é uma flagrante violação da resolução do Conselho de Segurança", escreveu no Twitter. "Uma agressão do Irã não pode ficar sem resposta."

A União Europeia alertou o Irã contra uma quebra de confiança por meio de testes de mísseis balísticos. "A UE reitera sua preocupação sobre o programa de mísseis do Irã e pede que o país se abstenha de atividades que aprofundam a desconfiança, como testes de mísseis balísticos", disse Nabila Massrali, porta-voz de assuntos exteriores do bloco.

O ministro do Exterior francês, Jean-Marc Ayrault, expressou preocupação com a continuidade dos testes balísticos, dizendo que são "contrários ao espírito" da resolução da ONU e o acordo nuclear. Para ele, os atos minam o processo de restaurar a confiança no país.

A Otan abriu uma investigação sobre o suposto lançamento de mísseis balísticos. "Estamos investigando a natureza do que aconteceu, os detalhes que cercam o lançamento de mísseis balísticos", afirmou o secretário-geral da organização, Jens Stoltenberg. Ele afirmou que a Otan vai continuar a desenvolver seu sistema defensivo de mísseis balísticos contra ameaças externas. "Vemos que diferentes nações, incluindo o Irã, estão desenvolvendo diferentes tipos de mísseis balísticos e testando e reforçando seus sistemas", afirmou.

O acordo nuclear do Irã entrou em vigor em janeiro do ano passado, e as sanções internacionais ao país foram suspensa. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) certificou que Teerã havia cumprido suas obrigações de garantir a natureza estritamente pacífica do seu programa nuclear, cumprindo os termos do tratado firmado com os EUA, Rússia, Reino Unido, França, China e Alemanha em julho de 2015.

KG/rtr/afp/ap