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Ensino

21 de abril de 2009

Fundada há 60 anos, a Conferência dos Reitores Alemães (HRK) se autointitula "a voz das universidades" do país, sendo uma das instâncias mais importantes no cenário da política alemã de educação.

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A HRK reuniu um número cada vez maior de membros no decorrer das últimas décadasFoto: picture-alliance/ dpa

No dia 21 de abril de 1949, num dia quente de primavera, os reitores de 16 universidades, sete escolas superiores técnicas e oito outras escolas superiores do oeste alemão e de Berlim fundavam oficialmente a Conferência de Reitores da Alemanha Ocidental.

A Alemanha Ocidental ainda nem sequer havia sido fundada, mas nas três zonas de ocupação ocidental as universidades reconheceram que poderiam atingir melhor seus objetivos juntas do que com cada reitor agindo individualmente, em nome de sua universidade. Assim surgiu uma representação de interesses que hoje é considerada uma das mais importantes instâncias da política alemã para o setor universitário.

Quando em 1954 foi contratado o primeiro funcionário da instituição, este anotou consciensiosamente, ao iniciar seu trabalho, o parco acervo disponível: "uma máquina de escrever portátil, uma pasta de couro marrom para guardar documentos, cerca de 50 fichários, seis carimbos, um furador e um grampeador".

Além disso, havia ainda uma grave indefinição anotada pelo funcionário a respeito "da propriedade da lanterna". Diante de um começo como esse, "a situação só poderia melhorar" é uma observação irônica que pertence à crônica da HRK.

Plataforma de debate

Margret Wintermantel ie neue Präsidentin der Hochschulrektorenkonferenz (HRK)
Margret Wintermantel, atual presidente da Conferência dos Reitores AlemãesFoto: Picture-alliance/ dpa

A transição das universidades do estado que tinham no pós-Guerra para estabelecimentos regulares de ensino, as revoltas estudantis de 1967/1968, a ampliação intensa do cenário universitário com a criação de escolas superiores técnicas no início dos anos 1970 e o número crescente de estudantes: em relação a todos esses aspectos, quando se tratava de buscar a opinião das universidades, a HRK era a instância consultada.

Mais tarde, a instituição foi transferida para Bonn (que havia se tornado capital da então Alemanha Ocidental) para ficar mais próxima da sede do governo. No entanto, foi ficando cada vez mais difícil conciliar as diversas posições dentro da HRK, pois a instituição passou dos 31 membros iniciais para 258, todos com interesses distintos.

Por isso, muitos temas foram discutidos por longo tempo, como por exemplo a questão das taxas a serem pagas pelos estudantes. Em novembro de 1995, os reitores conversaram pela primeira vez sobre o assunto, que era considerado "um tema muito sensível", lembra Hans-Uwe Erichsen, então presidente da HRK. Os debates foram ferrenhos e durariam ainda mais uma década, até que as taxas estudantis fossem realmente introduzidas no país.

Novo nome, novos membros

Studenten Demonstration gegen Studiengebühr
Protestos de estudantes em 2005 contra a introdução do pagamento de taxas pelos estudantesFoto: AP

Já o processo de ingresso das universidades do leste alemão na HRK após a reunificação do país ocorreu de forma mais rápida. No dia 5 de novembro de 1990, um mês depois da reunificação, as universidades da ex-Alemanha Oriental passaram a fazer parte da HRK, que deixou de se chamar Conferência dos Reitores da Alemanha Ocidental para se chamar apenas Conferência dos Reitores Universitários.

Para os membros da HRK, sempre foi e continua sendo claro que há duas formas distintas de avaliação das universidades: de um lado, pelo trabalho dos professores; por outro, pelas condições sob as quais os estudantes aprendem.

"O interesse em oferecer graduações em áreas de interesse atual e realizar pesquisa de ponta, a oferta de boas condições de aprendizado aos estudantes e uma reestruturação do sistema de ingresso na universidade são as metas comuns das escolas superiores do país", diz Margret Wintermantel, atual presidente da HRK.

Como representação de interesses, a instituição continua tendo que exercer pressão sobre a esfera política, pois sem pressão dos atingidos, não há recursos financeiros. Ou seja, a HRK continua sendo uma instituição que tem muito a fazer.

Autor: Armin Himmelrath

Revisão: Alexandre Schossler