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Mudanças climáticas

31 de agosto de 2009

Terceira Conferência Mundial sobre o Clima em Genebra não se vê como rival ou cópia do encontro em Copenhague, mas como uma ponte entre as questões climáticas na política internacional e na vida cotidiana.

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Conferência em Genebra não pretende ser mais uma conferência sobre o climaFoto: AP

Cerca de mil políticos, cientistas, empresários e governantes participam na Suíça da 3ª Conferência Mundial sobre o Clima, que a Organização Mundial de Meteorologia (OMM) realiza em Genebra entre 31 de agosto e 4 de setembro.

A maioria das pessoas associa "conferência mundial sobre o clima" às rodadas de discussões de alto nível que acontecem em diversos lugares do mundo sob a direção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (UNFCCC, em inglês) e que tentam intermediar um plano pós-Protocolo de Kyoto.

Devido ao grande apelo midiático em torno da conferência sobre o clima "Copenhague 2009", o erro é perdoável. Mas o fato é que as duas primeiras "conferências mundiais sobre o clima", organizadas pela OMM em 1979 e 1990, tiveram um importante papel tanto na criação do secretariado de mudanças climáticas da ONU, como também em colocar o tema das mudanças climáticas nas agendas política, científica e pública.

Isso hoje faz parte da história, mas os organizadores da conferência discordam que seu evento tenha se tornado redundante. Faltando somente três meses para conferência-chave da UNFCCC em Copenhague, a 3ª Conferência Mundial sobre o Clima (CMC 3) de Genebra não se vê como uma conferência rival ou uma cópia do evento da UNFCCC, mas como um importante complemento e uma ponte entre as questões climáticas na política internacional e na vida cotidiana.

Enquanto o encontro em Copenhague tentará discutir detalhes legais e firmar objetivos, os organizadores da CMC dizem que querem fazer uma abordagem prática, transmitindo às pessoas nas ruas ou no campo informações sobre os efeitos das mudanças climáticas.

Rede de intercâmbio de informações climáticas

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OMM realizou conferências em 1979 e 1990

De acordo com José Romero, especialista do Ministério suíço do Meio Ambiente e um dos diretores da CMC, a conferência ajudará a estabelecer "uma rede global de serviços climáticos" que cuidará de aspectos técnicos, prestando assistência prática na adaptação a um mundo em mudança. Água, energia, planejamento urbano – segundo Romero, não existe setor que não vá se beneficiar de uma melhor rede de intercâmbio de informações climáticas.

O ambientalista disse que as agências de proteção ambiental e os serviços de meteorologia pelo mundo dispõem de um rico acervo de dados climáticos e de elevada capacidade de previsão meteorológica. Segundo Romero, a ambição da conferência é integrar tudo isso numa rede global e disponibilizá-la como instrumento de emprego prático em nível local.

Um setor que pode se beneficiar enormemente de dados climáticos apurados e previsões de mudanças climáticas é o agrário. Precauções contra períodos de estiagem ou emprego de sementes e cultivos alternativos são métodos clássicos de adaptação. No entanto, as informações nem sempre chegam a tempo para aqueles que, como os agricultores, as necessitam imediatamente.

Integrar tecnologias disponíveis

Romero explicou que é interessante saber, por exemplo, a quantidade de chuva dos meses anteriores ou se é necessário tomar medidas preventivas para a irrigação dos campos. "Tais informações devem ser de fácil acesso e adaptadas às necessidades dos diversos usuários."

A rede global de dados integraria todas as tecnologias existentes – desde as opções de alta tecnologia disponíveis em países industrializados até o uso do rádio em países mais pobres.

Importância da conferência

Muitas organizações envolvidas com questões climáticas reiteram a opinião dos organizadores de que o evento é um importante complemento das negociações da UNFCCC.

Para o meteorologista Gerd Tetzlaff, da Universidade de Leipzig e conselheiro científico do Comitê Alemão de Prevenção de Desastres (DKKV), a importância da conferência sobre o clima em Genebra está no fato de os especialistas climáticos poderem discutir, pela primeira vez, como é possível ter acesso aos respectivos responsáveis para que possam ser tiradas conclusões dos resultados das previsões meteorológicas.

Walter Amman, presidente do Global Risk Forum, organização internacional sediada em Davos, na Suíça, justifica sua participação da CMC em Genebra. Em sua opinião, no momento, discutir sobre o problema nunca é demais. E ele espera que as discussões levem finalmente a um movimento global de implementação prática de medidas preventivas e programas de adaptação climática.

Autora: Irene Quaile / Carlos Albuquerque

Revisão: Alexandre Schossler