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Confronto entre índios e policiais em protesto em Brasília

26 de abril de 2017

Milhares de manifestantes se reúnem em frente ao Congresso Nacional para exigir a retomada das demarcações de terras indígenas. Polícia reage com bombas de efeito moral.

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Brasilien Protest
Entre 2 mil e 4 mil indígenas foram às ruas de BrasíliaFoto: Picture-Alliance/AP Photo/E. Peres

Milhares de índios realizaram nesta terça-feira (25/04) um protesto em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, pedindo a retomada das demarcações de terras indígenas. O ato terminou em confronto com as forças de segurança, que tentavam impedir o grupo de entrar no prédio.

Organizadores estimam em 4 mil o número de indígenas em frente ao Congresso, enquanto a Polícia Militar (PM) fala em 2 mil pessoas. Quatro índios foram detidos, afirma a imprensa brasileira.

A manifestação teve início em frente ao Teatro Nacional, de onde os indígenas saíram em marcha em direção ao prédio do Congresso. Eles usavam roupas típicas e carregavam objetos tradicionais de suas tribos e faixas com dizeres como "Não ao retrocesso dos direitos indígenas".

Ao descerem o gramado em frente ao Congresso, foram impedidos por policiais da Tropa de Choque de acessar a entrada que dá acesso ao prédio. Segundo a imprensa brasileira, a PM lançou bombas de efeito moral, balas de borracha e spray de pimenta contra os manifestantes.

Em resposta, os indígenas atiraram flechas contra os policiais e em direção ao prédio onde trabalham deputados e senadores. Os manifestantes deixaram ainda cerca de 200 caixões pretos no gramado para simbolizar o "genocídio dos povos indígenas", em crítica à bancada ruralista no Congresso.

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Manifestantes carregam caixões pretos em frente ao CongressoFoto: Picture-Alliance/AP Photo/E. Peres

Índios de diferentes etnias estão reunidos em Brasília para o Acampamento Terra Livre 2017, uma mobilização nacional para cobrar direitos e políticas públicas para os povos tradicionais. O evento, promovido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) ocorre até a próxima sexta-feira.

As principais reivindicações da mobilização neste ano são a retomada das demarcações de terras indígenas, o fortalecimento de órgãos de política indigenista como a Funai e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), além do combate ao avanço da mineração em áreas indígenas.

EK/abr/lusa/ap/rtr/ots