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Conselho de Segurança amplia sanções contra Coreia do Norte

7 de março de 2013

Com apoio de Rússia e China, EUA e aliados acirram por voto unânime as restrições econômicas e políticas ao já isolado regime norte-coreano, que ameaçou realizar ataque nuclear preventivo.

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Foto: Reuters

Num raro gesto de consenso, o Conselho de Segurança da ONU aprovou nesta quinta-feira (07/03), por unanimidade, uma nova rodada de sanções contra a Coreia do Norte. A medida é uma retaliação direta ao teste nuclear realizado pelo regime de Pyongyang em fevereiro último, e é aplicada num momento de renovada tensão entre o país e o Ocidente.

As sanções estão entre as mais severas já impostas e buscam sobretudo evitar que a Coreia do Norte obtenha financiamento e material para seu programa nuclear e de mísseis. Elas endurecem as restrições financeiras, intensificam o controle sobre o envio e recebimento de carregamentos proibidos e miram a seleta liderança do regime, ao proibir a exportação de artigos de luxo para o país.

"Fomos muito claros: estamos unidos para pedir que a Coreia do Norte cumpra suas obrigações internacionais, sob o risco de enfrentar mais pressão e isolamento", disse a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice.

Parte do sucesso das medidas dependerá da real vontade da China. Aliadade longa data de Pyongyang, desta vez ela redigiu a resolução ao lado dos EUA. Em consequência de outros dois testes nucleares, em 2006 e 2009, a Coreia do Norte já havia sido alvo de várias sanções, que foram sendo renovadas ou acirradas conforme o país realizava outras manobras militares.

"É uma mensagem inequívoca de que a comunidade internacional não vai tolerar a corrida de armas nucleares", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Nordkorea Rakete Waffen Bedrohung
Exercícios militares na Coreia do NorteFoto: imago/Xinhua

Retórica de guerra

Antes mesmo da aprovação da resolução na ONU, a Coreia do Norte chamou as sanções de ato de guerra. Nesta quinta-feira, o regime elevou o tom contra o Ocidente, declarando nulo o armistício de 1953 – que interrompeu a Guerra da Coreia – e ameaçou realizar um ataque nuclear preventivo contra os EUA.

"Agora que os EUA estão dispostos a iniciar uma guerra nuclear, as forças armadas revolucionárias usarão o direito de um ataque nuclear preventivo para destruir as bases dos agressores e defender os interesses supremos do país", disse um porta-voz da chancelaria norte-coreana, em referência aos exercícios militares realizados por estadunidenses e sul-coreanos.

Tal retórica de guerra não é novidade. Sempre que as Nações Unidas começam a se articular para aplicar novas sanções, a Coreia do Norte eleva o tom e ameaça realizar ataques na península. Uma ação real, no entanto, é tida como improvável, e imporia sérios riscos para o regime. Analistas dizem que o discurso é mais voltado para a própria população norte-coreana do que para o exterior.

Ao instaurar uma atmosfera de crise, o objetivo do regime seria dar mais credibilidade como líder ao recém-empossado Kim Jong-un. Nesta quinta-feira, fotos reproduzidas pela imprensa sul-coreana mostravam ônibus com camuflagem e estudantes de uniformes do Exército em exercícios militares.

Os Estados Unidos mantêm 28.500 soldados na Coreia do Sul e comprometem-se a defender seu aliado em caso de agressão. Ambos os países já anunciaram que irão realizar novos exercícios militares na próxima segunda-feira.

RPR/afp/ap/rtr
Revisão: Augusto Valente