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Drogas

23 de junho de 2010

Segundo relatório divulgado pelas Nações Unidas, o consumo de cocaína e ópio está crescendo em países em desenvolvimento. Anfetaminas e drogas sintéticas também são cada dia mais consumidas.

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Foto: picture alliance/dpa

A produção de heroína e cocaína diminuiu em todo o mundo, enquanto as drogas sintéticas e anfetaminas têm cada vez mais adeptos. Essa foi a conclusão do relatório anual do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apresentado nesta quarta-feira (23/06) em Viena.

O número de consumidores das drogas sintéticas, produzidas em laboratório, é estimado entre 30 e 40 milhões. O grupo de usuários pode em breve se tornar até mesmo maior do que o dos dependentes de ópio e cocaína, alerta o relatório.

O volume de cocaína processada também diminuiu em torno de 18%, enquanto o consumo da droga nos EUA decresce. "Uma das razões para as guerras entre narcotraficantes no México é que os cartéis da droga estão brigando por um mercado minguante", afirma Antonio Maria Costa, diretor do UNODC.

Segundo ele, isso levou à criação de novas rotas de tráfico dos países andinos, na América do Sul, para a Europa via África Ocidental.

Desmatamento para o plantio da coca

De acordo com o relatório, o número de consumidores de cocaína na Europa passou de 2 milhões a 4,1 milhões entre 1998 e 2008, ou seja, mais que duplicou em 10 anos.

Na América do Sul, regiões de mata virgem são cada vez mais utilizadas para o cultivo da coca, consta do relatório. "Os consumidores de cocaína destroem as florestas nos países andinos e desestabilizam governos na África Ocidental", relatou Costa.

O UNODC registrou uma redução na área de cultivo da coca na Colômbia, enquanto o Peru e a Bolívia aumentaram o volume da droga plantada. "Os países pobres não estão em condições de absorver as consequências de um consumo ascendente de drogas. O mundo em desenvolvimento enfrenta uma crise ameaçadora, que poderia levar milhões de pessoas à miséria em função da dependência de drogas", afirmou Costa. O consumo de cocaína aumentou na África Ocidental e América do Sul, enquanto o de heroína cresce na África Oriental.

Drogas sintéticas

Ecstasy
Drogas sintéticas em ascensãoFoto: picture-alliance/rh

De acordo com o relatório da ONU, os traficantes de cocaína na Europa têm um faturamento de 34 bilhões de dólares anuais. Somente nos EUA, o tráfico da substância é responsável pelo faturamento de 37 bilhões de dólares. Muitos criminosos que antes traficavam cocaína ou ópio mudaram o produto devido ao processamento relativamente barato de drogas sintéticas em laboratórios ilegais.

As fábricas de drogas ilegais costumam reagir de forma imediata à demanda do mercado, passando a produzir aquilo que é mais procurado, como o ecstasy, por exemplo, afirma o relatório do UNODC. No caso das substâncias sintéticas, a rota entre fabricante e consumidor costuma ser curta, o que dificulta ainda mais o trabalho da fiscalização.

Maconha: droga mais popular

Demonstration für freien Haschisch in Berlin
Maconha, a droga mais consumidaFoto: AP

A maconha, de acordo com o escritório da ONU, continua sendo a droga cujo consumo é mais disseminado, sendo cultivada em praticamente todo o mundo. O UNODC parte do princípio de que 130 a 190 milhões de pessoas fumam derivados da cannabis sativa pelo menos uma vez por ano – mesmo que esse dado não seja muito relevante para demonstrar o número de dependentes reais da substância.

De acordo com o UNODC, as áreas de plantação de ópio, nos últimos dois anos, reduziram-se em todo o mundo, em quase um quarto. O volume de ópio consumido no mundo vem em sua grande maioria (90%) do Afeganistão. O UNODC supõe que no país estejam armazenadas mais de 12 mil toneladas da droga, o que corresponde à colheita de aproximadamente 2,5 anos.

SV/dpa/afp/dpa/epd

Revisão: Roselaine Wandscheer