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Coreia do Norte condena americano a trabalhos forçados

29 de abril de 2016

Sul-coreano com nacionalidade dos Estados Unidos é condenado a dez anos por subversão e espionagem. Ele foi detido com um pendrive que supostamente continha segredos militares.

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Kim Dong-chul, cidadão sul-coreano naturalizado americano, chora durante suposta confissão de espionagem na Coreia do Norte
Kim Dong-chul, cidadão sul-coreano naturalizado americano, chora durante suposta confissão de espionagemFoto: Reuters/KCNA

A Suprema Corte da Coreia do Norte condenou um cidadão sul-coreano com nacionalidade também americana a dez anos de trabalhos forçados por subversão e atividades de espionagem, relatou a mídia norte-coreana, nesta sexta-feira (29/04), na condenação mais recente de um estrangeiro por crimes contra o isolado regime comunista.

Kim Dong-chul, de 62 anos, foi preso na Coreia do Norte em outubro e admitiu ter cometido uma "espionagem imperdoável", incluindo o roubo de segredos militares, afirmou a agência estatal de notícias KCNA.

"O acusado confessou todos os crimes que cometeu [...] e juntou e ofereceu informações sobre assuntos do partido, do Estado e dos militares ao regime de marionetes sul-coreano, que equivalem a complôs estatais subversivos e espionagem", disse a KCNA.

Promotores federais pediram uma pena de 15 anos, mas seu advogado de defesa pleiteou uma redução levando em conta a idade avançada do réu, segundo ainda a agência estatal. Fotos mostraram Kim algemado e usando gravata e casaco azul. Ele parecia abalado e estava acompanhado por guardas uniformizados.

Kim, que se naturalizou americano em 1987, afirmou em janeiro que morava há 15 anos na China, perto da fronteira com a Coreia do Norte, e que se deslocava regularmente a Rason – uma zona econômica especial do país. Segundo a mídia estatal norte-coreana, ele foi detido em Rason quando recebia um pendrive que continha segredos militares.

O anúncio surge em meio de particular tensão na península coreana, na sequência da pena de 15 anos de trabalhos forçados a que foi condenado, no mês passado, o estudante americano Otto Warmbier, pelo furto de um cartaz de propaganda de um hotel em Pyongyang.

A Coreia do Norte, que vem sendo criticada por seu histórico de direitos humanos há anos, já usou americanos detidos para induzir os Estados Unidos a realizarem visitas de membros do alto escalão, e não tem relações diplomáticas formais com Washington.

O regime norte-coreano já impôs longas penas de trabalhos forçados a estrangeiros, embora tenha acabado por libertá-los antes do cumprimento da sentença. Sabe-se que seis deles, incluindo Kim e três sul-coreanos, ainda estão detidos no Norte.

PV/rtr/lusa