1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Coreia do Norte enfrenta pior seca em 15 anos

21 de julho de 2017

Nações Unidas afirmam que podem faltar alimentos no país asiático, onde desnutrição já é problema. Gastos militares do governo agravam a crise alimentar.

https://p.dw.com/p/2gyKR
Agricultores norte-coreanos numa lavoura na região de SangwonFoto: picture-alliance/AP Photo/W. Maye-E

A Coreia do Norte poderá sofrer uma grave escassez de alimentos devido à pior seca dos últimos 15 anos no país, advertiu nesta sexta-feira (21/07) a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A FAO, que tem um escritório permanente no país asiático, estima que 50 mil hectares de terras agrícolas foram afetados pela seca, incluindo cultivos de arroz, milho, batatas e soja.

A produção ligada às culturas do início da safra de 2017 caiu mais de 30% em relação ao ano anterior, passando de 450 mil para 310 mil toneladas, advertiu a FAO. As culturas foram penalizadas devido à falta de chuvas, num país onde a desnutrição já é um flagelo.

"A chuva que caiu entre abril e junho nas principais regiões agrícolas foi muito abaixo da média, o que causou graves perturbações nas atividades de plantio e danos às culturas", afirmou a FAO.

Isso poderá se traduzir "numa forte deterioração da segurança alimentar para uma grande parte da população", de acordo com Vincent Martin, representante da FAO para China e Coreia do Norte.

"Um aumento nas importações de alimentos será necessário nos próximos três meses para garantir um abastecimento alimentar adequado aos mais vulneráveis, incluindo crianças e idosos", avaliou a FAO.

A Coreia do Norte vivenciou na década de 1990 uma falta de alimentos que deixou centenas de milhares de mortos. Mesmo em anos sem seca, mais de 40% da população sofre de subnutrição, segundo a ONU. De acordo com especialistas, a escassez alimentar é resultado da má gestão por parte do governo norte-coreano, que destina uma grande parte do seu orçamento a programas militares.

As doações internacionais de alimentos, principalmente pelos Estados Unidos e pela Coreia do Sul, diminuíram fortemente com o aumento da tensão ligada ao programa nuclear de Pyongyang.

AS/lusa/afp