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Coronavac tem eficácia de 78% em testes no Brasil

7 de janeiro de 2021

Resultado dos testes da terceira fase é apresentado à Anvisa pelo Instituto Butantan, que também requisita licença para uso emergencial.

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Vacina da Sinovac
Empresa chinesa Sinovac é parceira do Instituto Butatan para o desenvolvimento da CoronavacFoto: Rafael Henrique/SOPA/ZUMA/picture alliance

A vacina Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, apresentou eficácia de 78% nos testes de fase 3 feitos no Brasil, afirmou nesta quinta-feira (07/01) o governo de São Paulo, confirmando assim informação adiantada pela agência de notícias Reuters.

Segundo o governo paulista, a vacina garantiu proteção total contra mortes e casos graves e moderados da doença, não sendo necessárias também internações hospitalares. A eficácia se refere aos casos leves e ao atendimento ambulatorial, que diminuíram 78% no grupo que tomou a vacina.

O governo paulista afirmou ainda que os dados foram revisados na Áustria pelo Comitê Internacional Independente, que acompanha os testes.

Desde julho, 13 mil profissionais de saúde voluntários receberam duas doses da vacina, em oito estados brasileiros.

Em dezembro, pesquisadores da Turquia haviam dito que a eficácia da vacina nos testes do país era de 91,25%.

Os dados dos testes no Brasil foram apresentados pelo Instituto Butantan à agência reguladora brasileira, a Anvisa, durante o pedido de uso emergencial da vacina. A Anvisa tem agora dez dias para dar uma resposta.

O estado de São Paulo pretende iniciar já em 25 de janeiro a vacinação contra a covid-19. O Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, já importou doses da Coronavac. Na fase inicial serão vacinados idosos com mais de 60 anos, profissionais de saúde, quilombolas e indígenas.

A apresentação dos dados foi adiada duas vezes pelo governo de São Paulo, estando anteriormente prevista para os dias 15 e 23 de dezembro.

Tecnologia conhecida

A tecnologia empregada é bastante conhecida, baseada na manipulação em laboratório de células humanas infectadas com o novo coronavírus. Segundo o Instituto Butantan, a vacina é produzida com fragmentos inativados do coronavírus para inserção no corpo humano. Isso quer dizer que o vírus não é capaz de se reproduzir. Depois de receber a dose, o sistema imunológico começa então a produzir anticorpos para combater o Sars-Cov-2.

A Coronavac é mais fácil de ser transportada do que outras vacinas, pois necessita apenas de temperaturas de geladeira para armazenamento.

No Brasil, o Butantan tem tradição na produção de soros e vacinas. De lá saem doses contra influenza, hepatite B, raiva, difteria e tétano, entre outros. A tecnologia da Coronavac deve ser transferida para o instituto para produção do imunizante no país.

Disputa política

A Coronavac está no centro de uma disputa política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria. O governador paulista negociou a vacina diretamente com os chineses, diante da falta de ação do governo federal. 

Bolsonaro chegou a desautorizar publicamente Eduardo Pazuello após o ministro da Saúde manifestar a intenção de comprar milhões de doses da Coronavac.

AS/rtr/dw