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França

(rr)20 de abril de 2007

O resultado das eleições presidenciais francesas trará mudanças para a União Européia e as relações franco-alemãs. Mas ordem e segurança nacional marcaram fim de campanha, não política externa. Resultado ainda é incerto.

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Vitória no primeiro turno é tida como improvávelFoto: AP

A corrida pela presidência francesa chegou à reta final. No domingo (22/04), eleitores decidirão nas urnas o futuro do país, que pode estar diante de uma guinada política, já que os três candidatos com maior chance de chegar ao segundo turno prometem mudanças significativas.

Bildgalerie Frankreich Wahlen Präsidentschaftswahlen Wahlmaschine
Urnas eletrônicas serão usadas pela rimeira vez em eleições presidenciaisFoto: AP

Segundo uma pesquisa do Instituto CSA, o conservador Nicolas Sarkozy ocupa a primeira posição na preferência do eleitor com 27% das intenções de voto, seguido diretamente da socialista Ségolène Royal. O centrista François Bayrou vem em terceiro com 17% dos votos e o radical Jean-Marie Le Pen segue com 16%.

Por mais que a vitória de um dos 12 candidatos logo no primeiro turno seja considerada improvável, ainda há muitas configurações possíveis para a segunda etapa do pleito. Estima-se que algo em torno de 30% dos 44,5 milhões de eleitores franceses ainda estejam indeciso.

Bildgalerie Frankreich Wahlen Sarkozy offizieller Kandidat für Chirac-Nachfolge
Sarkozy: crítica à imigraçãoFoto: AP

Analistas aguardam com grande expectativa os resultados, que poderiam levar a reformas políticas essenciais destinadas a conferir mais poder ao Parlamento, e falam até numa transição para a 6ª República. Também a União Européia aguarda com ansiedade, esperançosa de que o novo governo em Paris ajude a solucionar sua própria crise.

Mas a Europa foi um assunto menor durante as últimas campanhas eleitorais. Em vez disso, os candidatos preferiram apostar na identidade nacional, com uma visível tendência a temas de direita e a tentativa de livrar o país dos medos do futuro e de problemas sociais.

Relações franco-alemãs

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Royal: mais valores sociais, menos finançasFoto: AP

A mudança na presidência afetará também o futuro das relações bilaterais entre França e Alemanha, atualmente reduzidas à mera rotina. Especialmente o ex-ministro do Interior Sarkozy, criticado pelos socialistas como um "neoliberal norte-americano com passaporte francês", promete despedir-se do privilegiado eixo Paris-Berlim, tão cultivado por Chirac nos últimos 12 anos.

Mas mesmo Ségolène Royal volta os olhos mais para Londres que para Berlim, quando se trata de diversos aspectos políticos. Quem mais se aproxima da perspectiva alemã para a UE é Bayrou, que cultiva contatos com políticos democrata-cristãos na Alemanha e na Itália.

Ordem e segurança

Mas a política externa foi parte insignificante das campanhas. A socialista Royal apostou na justiça social e tentou conquistar votos conservadores ao salientar o valor do trabalho. No último grande comício na noite de quinta-feira (19/04), em Toulouse, do qual participaram 22 mil pessoas, Royal incitou os franceses a participar massivamente da votação e fez um último apelo aos eleitores: valores humanos em vez de finanças e bolsas de valores.

Frankreich Wahlen Präsidentschaftswahlen Francois Bayrou
Bayrou mantém-se estável na 3ª posiçãoFoto: AP

Royal contou com o apoio do primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero, que compareceu pessoalmente. Política socialista é outra coisa, salientou Royal, após comparar ponto a ponto o trabalho do governo socialista espanhol com o programa eleitoral do conservador Sarkozy.

Um dos temas cruciais foi a política de imigração. "José, você não disse que imigrantes em empresas espanholas ameaçam a identidade nacional da Espanha. Em vez disso, encontrou palavras que ressaltam o significado de seu trabalho para o país", disse Royal.

Frankreich Wahlen Präsidentschaftswahlen Jean-Marie Le Pen
Le Pen: 'criticado e ridicularizado'Foto: AP

Além da imigração, também a segurança nacional foi um dos temas dominantes. Em Marselha, Sarkozy pronunciou duras palavras de crítica a jovens imigrantes. Embora teha salientado que sonha com uma França onde ninguém seja deixado de fora, reiterou: "A autoridade nacional precisa ser restabelecida e esta será minha prioridade política, caso seja eleito. Pois sem autoridade não se pode viver em sociedade".

Muitos franceses criticaram o fato de segurança e ordem terem se tornado os únicos temas realmente centrais da última fase das campanhas. O representante da extrema direita, Jean-Marie Le Pen, reuniu seus eleitores na quinta-feira em Nice e afirmou ver na linha das campanhas apenas uma confirmação de suas convicções. "Minhas idéias foram criticadas e ridicularizadas durante 30 anos e agora são aproveitadas", disse. (rr)