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Crescem as mortes no Everest em meio a superlotação

25 de maio de 2019

Alpinistas britânico e irlandês morrem, e chega a dez o número de vítimas desta temporada de escalada, marcada por congestionamento de montanhistas. Exaustão e muito tempo na "zona da morte" estão entre as causas.

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Filas enormes de alpinistas têm se formado na rota do Everest
Filas enormes de alpinistas têm se formado na rota do EverestFoto: Getty Images/AFP/G. Tamang

A morte de um alpinista britânico e de um irlandês no Monte Everest elevou para dez o número de vítimas desta temporada no pico mais alto do mundo, segundo informaram autoridades nepalesas e organizadores de expedições neste sábado (25/05).

O britânico Robin Haynes Fisher, de 44 anos, morreu neste sábado na chamada "zona da morte", região de 8 mil metros de altitude onde o oxigênio é mais escasso, quando voltava do topo do monte, informou Mira Acharya, uma funcionária do departamento de turismo local.

"Ele morreu devido à fraqueza depois de uma subida demorada e uma descida difícil", disse Murari Sharma, que trabalha para a empresa que organizou a expedição de Fisher. "Ele estava descendo com seus guias sherpas quando de repente desmaiou."

Sharma acrescentou que os guias chegaram a trocar a garrafa de oxigênio do alpinista e lhe ofereceram água, mas não puderam salvá-lo.

Em outro ponto do Everest, mais ao norte, um alpinista irlandês de 56 anos morreu na sexta-feira, segundo informaram os organizadores da expedição dele em comunicado nas redes sociais.

O homem decidiu retornar sem ter chegado ao topo do monte, mas acabou morrendo em sua tenda na passagem conhecida como North Col, a 7 mil metros de altitude.

No mesmo dia, um guia nepalês, Dhurba Bista, de 33 anos, morreu também num acampamento. Ele tinha sido transportado de outro acampamento ainda mais alto após ter adoecido.

Além disso, três alpinistas indianos – duas mulheres e um homem – morreram de exaustão nesta semana enquanto desciam do topo do Everest. Eles aguardavam na "zona da morte", que pode levar à exaustão e a desidratação quem passar muito tempo nela.

Somam-se às vítimas deste mês um alpinista dos Estados Unidos e outro da Índia, que morreram também durante a descida, e um austríaco, que morreu no lado tibetano do pico de 8.848 metros. Seamus Lawless, outro alpinista irlandês que desapareceu em 16 de maio, também é dado como morto.

Autoridades atribuem a maioria das mortes à fraqueza, exaustão e atrasos na rota, que vem sendo afetada por uma superlotação. Um curto período de tempo bom durante a temporada de escalada, que vai de abril a maio, tem criado uma fila de várias horas para chegar ao topo.

O congestionamento é um grande perigo para os alpinistas e guias, já que cada minuto é importante quando há dependência de cilindros de oxigênio para sobreviver. Autoridades alertaram que ficar muito tempo na chamada "zona da morte" aumenta o risco de queimaduras, de doenças da altitude e da própria morte.

Neste ano, o Nepal emitiu 381 licenças para alpinistas escalarem o monte, um recorde histórico desde a primeira ascensão bem-sucedida ao Everest em 1953. Outros 140 alpinistas foram autorizados pela parte tibetana. Cada autorização dá direito a um guia, o que significa que esta temporada deve bater o recorde de subidas do ano passado, que foi de 807 pessoas.

Com mais dois ou três dias de escalada antes que o clima hostil volte a impedir a chegada ao topo, o congestionamento pode tornar esta temporada também uma das mais mortais dos últimos anos. Em 2018, cinco mortes foram registradas no Everest.

EK/afp/dpa/lusa/rtr

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