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Crimes antissemitas crescem 20% na Alemanha

14 de maio de 2019

Extremistas de direita estão envolvidos em 90% dos casos. Estatísticas mostram ainda aumento semelhante de delitos movidos pela xenofobia.

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Suásticas são pichadas em túmulos judeus de cemitério na região de Rostock
Cemitério judeu na região de Rostock foi alvo de ataque antissemita Foto: picture-alliance/dpa/B. Wüstneck

O número de crimes com motivações antissemitas cresceu 20% na Alemanha no ano passado, revelaram estatísticas divulgadas nesta terça-feira (14/05) pelo governo alemão. A extrema direita é a responsável pela grande maioria destes casos.

Segundo o ministro do Interior, Horst Seehofer, quase 90% dos 1.800 crimes motivados pelo antissemitismo foram praticados por indivíduos que apoiam grupos de extrema direita. Os principais delitos registrados são discursos de ódio, pichações antissemitas e exibição de símbolos proibidos como a suástica.

"Esse é um desenvolvimento que precisamos confrontar, especialmente neste país", disse Seehofer, em referência ao passado nazista da Alemanha. O ministro destacou que esse crescimento precisa ser combatido com todos os meios e, além de ser uma tarefa da polícia, é também responsabilidade da sociedade.

As estatísticas mostraram ainda um aumento semelhante no número de delitos motivados pela xenofobia. Em 2018, foram registrados 7.700 crimes com esta motivação, um crescimento de 20% no número de casos em relação a 2017.

Depois da divulgação dos dados, o presidente do Conselho Central de Judeus na Alemanha, Josef Schuster, destacou que os números mostram que mais de uma vez por semana são registrados ataques contra judeus.

"Ninguém deve fechar os olhos para esse aumento do antissemitismo. Os cidadãos, especialmente os com responsabilidade política, não podem aceitar que os judeus voltem a sofrer ameaças 74 anos depois do Holocausto", destacou Schuster.

Os judeus da Alemanha estão em alerta com a ascensão do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Algumas lideranças da legenda tentam minimizar os crimes nazistas e já chegaram a chamar o memorial para vítimas do Holocausto localizado em Berlim de "memorial da vergonha".

Apesar de afirmar que o islã não é compatível com a Constituição alemã, a AfD nega ter posições racistas e culpa os refugiados, a maioria vindo de países muçulmanos, pelo aumento dos ataques.

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, prometeu lutar com a força da lei contra todas as formas de racismo e antissemitismo. "Temos o dever de defender nossos valores e Constituição", disse após a divulgação dos dados.

Apesar do aumento dos delitos antissemitas e xenófobos, as estatísticas revelaram uma queda de 9% no total de crimes políticos.

CN/dpa/rtr/kna

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