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Orgãnicos & cia.

18 de fevereiro de 2010

Após anos de fortes altas, mercado alemão de orgânicos acusa estagnação, diz pesquisa divulgada em feira do setor em Nurembergue. Já setor de orgânicos brasileiro, presente no encontro, entra 2010 esperando crescimento.

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Açaí orgânico, produto da Amazônia, atrai atenções em NurembergueFoto: AP

Após anos seguidos de forte crescimento, o mercado alemão de orgânicos apresenta sinais de estagnação. Isso foi o que detectou um estudo da empresa alemã de pesquisas de mercado GfK. Em tempos de crise, entretanto, o desempenho do mercado de orgânicos foi melhor do que o de produtos convencionais.

"Os orgânicos se desenvolveram de forma sensivelmente mais positiva que o mercado de varejo convencional, de um modo geral. Continuamos com um crescimento no tocante ao volume de vendas", assegurou Wolfgang Adlwarth, representante da companhia de pesquisa.

A GfK divulgou sua sondagem durante a Biofach, maior feira internacional do setor de produtos orgânicos, realizada em Nurembergue, sul da Alemanha, até o próximo sábado (20/02).

O mercado de orgânicos na Alemanha, considerado o maior do mundo, acusou uma queda de 1% no faturamento. Até 2008, ele vinha apresentando anualmente crescimento em torno de 10% em seu faturamento.

Orgânicos brasileiros em plena alta

Ming Chao Liu Biofach 2009 Brasilien
Ming Liu vê mercado orgânico brasileiro em franca expansãoFoto: DW / Marcio Pessoa

Já o mercado brasileiro está em plena alta. "O que observamos é que, ao contrário da Europa, cujo mercado de orgânicos está em estagnação, no Brasil ele cresce. Grandes empresas estão investindo em orgânicos, a Pepsico lançou uma linha de achocolatados orgânicos, a Pão de Açúcar está fazendo prospecção de novos produtos, estamos em um momento de crescimento", observa Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, iniciativa de promoção dos produtos orgânicos brasileiros no mercado internacional, com 74 empresas associadas. A entidade está trazendo este ano 28 companhias brasileiras à feira alemã. O mercado interno brasileiro apresenta, segundo Ming, grande potencial de crescimento.

Em relação às exportações, a expectativa é de que haja um aumento de 15% no volume de embarques para o exterior. "Em termos de volume de produtos, esperamos um crescimento na exportação em torno de 15%. Já com relação à receita, a tendência é manter os mesmos valores, devido ao câmbio", pondera Ming Liu. O Brasil deve permanecer na marca dos US$ 45 bilhões em faturamento, como em 2009, quando os produtos de maior destaque na exportação brasileira foram açúcar, óleo de palma, cosméticos e ingredientes amazônicos, além de frutas tropicais e sementes.

Produtos amazônicos são destaque

Na Biofach, os produtos amazônicos continuam sendo destaque. "Os produtos da Amazônia continuam sendo a grande vedete, porque são produzidos respeitando critérios de sustentabilidade, a questão dos efeitos ambientais, a lado social", afirmou Ming Liu. "Temos percebido grande procura, principalmente pelos óleos essenciais da Amazônia", ressalta. "E percebemos também uma grande procura por insumos, grãos e mel", acrescenta.

O interesse em produtos amazônicos pelos europeus é confirmado por João Matos, gerente de biodiversidade da Beraca, empresa especializada em insumos para cosméticos, com nomes como L´Oreal, Unilever e Logona entre seus clientes. "Há grande interesse em produtos da Amazônia, em ingredientes como andiroba, cupuaçu", afirma. "Neste quarto ano em que participamos da Biofach, dá para perceber que o público europeu já sabe o que é açaí e cupuaçu", observa.

Autor: Marcio Damasceno
Revisão: Augusto Valente