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Visita à Europa

Matthias von Hein (sm)28 de janeiro de 2009

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, está na Europa. Conflitos bilaterais em torno dos direitos humanos ficam para segundo plano, diante da necessidade de cooperar no combate à crise econômica mundial.

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Premiê Wen Jiabao em DavosFoto: AP

O premiê chinês, Wen Jiabao, deveria ter feito uma viagem à Europa há quase dois meses para participar de uma cúpula sino-europeia em Lyon. Mas Pequim cancelou a viagem, após o presidente francês, Nicolas Sarkozy, mostrar que não desistiria do encontro com o Dalai Lama na Polônia, em detrimento da pressão chinesa.

O assunto Tibete se manteve quente. No início de dezembro passado, o líder espiritual dos tibetanos foi recebido com entusiasmo pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas. Na época, o presidente do Parlamento, Hans Gert Pöttering, havia destacado que a UE reconhece a integridade territorial da China, mas defende o direito do povo tibetano em exercer sua identidade cultural e religiosa.

Com a Alemanha, o conflito foi semelhante. O fato de a chanceler federal alemã, Angela Merkel, ter recebido o Dalai Lama em 2007, esfriou as relações entre Berlim e Pequim.

"Viagem de confiança"

No entanto, em tempos de crise econômica, os conflitos em torno dos direitos humanos ficam para segundo plano. Poucas semanas após o mais recente acirramento das divergências entre a China e a União Européia, a atual visita do premiê chinês à Europa – de 27 a 31 de janeiro – está sendo denominada uma "viagem de confiança". Diante da crise econômica mundial, ambas as partes dependem da cooperação mútua.

O presidente da Comissão Europeia, Manuel Barroso, ressaltou recentemente o grande interesse europeu em uma parceria com a China – quanto à situação econômica, à mudança do clima e outros grandes desafios. A visita de Jiabao à Europa seria uma boa oportunidade para definir metas bilaterais.

Parceiro comercial crítico

As relações entre a União Europeia e a China são bastante estreitas, pelo menos do ponto de vista econômico. A China é o segundo maior parceiro comercial da UE; e a Europa unificada, por sua vez, é a maior parceira comercial da China. Nos últimos cinco anos, o comércio bilateral aumentou mais que o dobro, para cerca de 300 bilhões de euros.

No entanto, o déficit comercial europeu em relação à China é crescente: em 2007, ele subiu para 160 bilhões de euros e desde então continuou aumentando. É por isso que o país asiático está na mira das iniciativas europeias antidumping. No último trimestre de 2006, a UE divulgou um documento estratégico especialmente crítico em relação à ascensão da China.

Mais uma chance para o Transrapid

Dentro da Europa, a Alemanha é o principal parceiro comercial e o país que mais investe na China. No entanto, a alegria dos empresários alemães em investir no país asiático diminuiu. Afinal, a época de crescimento ilimitado parece ter passado.

A China foi fortemente afetada pela crise financeira e econômica mundial. Reagindo a isso, Pequim liberou cerca de 450 bilhões de euros para um programa conjuntural de combate à crise. Os recursos deverão ser destinados sobretudo à infraestrutura.

Com isso, a tecnologia alemã do trem magnético Transrapid poderá obter uma nova chance na China. Um dos temas da visita do premiê chinês a Berlim, nesta quinta-feira (29/01), é o prolongamento da linha de Transrapid de Xangai até Hangzhou, um trecho de aproximadamente 170 km de extensão.