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Na economia real

Agências (ca)24 de outubro de 2008

Até a Copa do Mundo de 2010 foi afetada pela crise financeira que chegou à economia real, prejudicando indústria e exportações. Pela primeira vez nos últimos cinco anos, setor aéreo aponta menor número de passageiros.

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A crise também atingiu agricultura, baixando preço de cereaisFoto: picture-alliance/ dpa

A crise financeira mundial que começou no mercado imobiliário, passando pelos bancos e bolsas de valores, começou a afetar definitivamente a economia real. Pela primeira vez em sua história, a economia dos países da zona do euro se encontra diante de dura recessão, aponta pesquisa do instituto Markit, divulgada nesta sexta-feira (24/10).

A pesquisa feita entre 3 mil empresas do setor industrial e de serviços assinalou, em outubro, o mais baixo indicador de clima de negócios da história da indústria da zona do euro. Também no setor de serviços, o clima de negócios piorou, atingindo o nível mais baixo dos últimos sete anos.

Na Alemanha, segundo a pesquisa do instituto Markit, principalmente a indústria de automóveis sentiu a queda da demanda. A indústria européia também reclama da diminuição de encomendas e reduziu a produção nas fábricas. O setor industrial europeu sente cada vez mais o arrefecimento da conjuntura econômica mundial que levou à retração das exportações, em velocidade recorde.

Indústria de automóveis utilitários

Na Europa, em setembro, o número de novos licenciamentos de automóveis utilitários diminuiu em 8,8%, afirmou a Associação dos Fabricantes de Automóveis Europeus (Acea), nesta sexta-feira em Bruxelas. As vendas caíram principalmente na Europa Ocidental. O boom nos países do Leste europeu também chegou ao fim. Fabricantes de caminhões, como a Scania (VW) e a Volvo apontaram uma surpreendente e acentuada redução de lucros.

MAN Lastwagen Omnibusse und Motoren
Empresa MAN também diminuiu prognósticosFoto: AP

A crise atingiu os fabricantes de utilitários duplamente: como a conjuntura titubeia em diversas partes do mundo, são transportadas menos mercadorias e a demanda por caminhões diminui. Além disso, devido à crise de crédito, cada vez mais clientes – por exemplo, distribuidores – encontram dificuldades em financiar seus veículos de trabalho.

A Volvo, segundo maior fabricante mundial, apontou uma diminuição de lucro de 36% no terceiro trimestre deste ano. Na Europa, o número de encomendas canceladas foi quase o mesmo de novas encomendas.

Na última quinta-feira, a Daimler, líder do setor, comprimiu pela segunda vez neste ano seus prognósticos de lucro e advertiu seus empregados de um período longo e difícil. Em meados de outubro, o construtor de automóveis anunciara o fechamento de duas fábricas nos EUA e a demissão de 3.500 empregados.

Indústria química

Após anos de crescimento, a indústria química sente como nenhuma outra os efeitos da crise. A agência de avaliação de risco Standard & Poor's espera lucro menor das indústrias químicas européias em 2009. Sobretudo a situação da economia da Ásia será decisiva. Até pouco tempo, a região foi o motor do setor químico.

Os relatórios trimestrais de firmas como Bayer, Basf, Merck e Symrise estão sendo aguardados com ansiedade na próxima semana. Jürgen Hambrecht, presidente mundial da Basf, já fizera declarações bastante cautelosas em setembro último, prevendo um 2009 bastante difícil.

Também a Dow Chemical, segunda maior empresa química do mundo, conta com uma recessão global no próximo ano. Com o mesmo tom sombrio, o presidente da gigante química saudita Sabic já fizera declaração semelhante.

Menos passageiros de avião

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Companhias aéreas registram perdas, diz IataFoto: picture-alliance/dpa (M)

Não somente a indústria foi afetada pela crise financeira mundial. Nesta sexta-feira, a Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata) anunciou em Genebra que em setembro o número de passageiros de avião caiu pela primeira vez nos últimos cinco anos. Em relação ao mesmo período de tempo do ano anterior, o número de passageiros diminuiu 2,9%. A Iata culpa a crise financeira e econômica por esta redução.

A recessão é ainda mais evidente no setor de cargas, que apontou perda de 7,7%. Esta foi a maior redução desde 2001, ano dos atentados terroristas nos EUA. Segundo o diretor-geral da Iata, Giovanni Bisignani, as companhias aéreas já perderam neste ano 4,1 bilhões de euros.

Copa do Mundo da África do Sul

Nem mesmo a próxima Copa do Mundo de Futebol, que se realizará em 2010 na África do Sul, deixou de sentir os efeitos da crise. Devido ao aumento do preço do material de construção e também dos financiamentos, o governo sul-africano aprovou, nesta semana, um pacote adicional de ajuda de 96 milhões de euros para a continuação das obras nos dez estádios da Copa da África do Sul.

Originalmente, os organizadores do Campeonato Mundial haviam orçado em 1,18 bilhão de euros os custos de construção e modernização dos estádios. Comentando a situação, o porta-voz do gabinete de governo sul-africano, Themba Maseko, declarou que "os custos crescentes nos preocupam. As obras nos estádios estão no prazo, mas vencer o aumento de preços continua um grande desafio".

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