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Crônica de uma rebelião

22 de agosto de 2011

A queda dos regimes ditatoriais na Tunísia e Egito encorajou os insurgentes líbios a se levantar contra seu ditador. Sete meses mais tarde, as lutas parecem aproximar-se do fim, com maciço apoio internacional.

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Insurgentes já comemoram vitória
Insurgentes já comemoram vitóriaFoto: dapd

15 de fevereiro de 2011: A insurreição contra o regime de Muammar Kadafi se inicia após as revoltas em outros Estados árabes. Partindo da Tunísia e do Egito, a onda de protestos chega até a Líbia. Nesse dia, em Benghazi, manifestantes se confrontam, em conflitos sangrentos, com partidários do ditador e unidades da polícia. Dez dias mais tarde, não se encontra na cidade mais nenhuma tropa do governo.

25 de fevereiro de 2011: Os Estados Unidos intervêm no conflito e impõem sanções, com o fim de obrigar Kadafi a ceder. Três dias mais tarde, a União Europeia se junta à iniciativa, e a 11 de março decide congelar as contas da liderança política líbia na Europa.

5 de março de 2011: Depois que as tropas de Kadafi executam bombardeios aéreos contra a própria população, o Conselho Nacional formado pela oposição líbia apela ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que imponha uma zona de exclusão aérea sobre o país. Em 12 de março, a Liga Árabe anuncia seu apoio ao apelo dos oposicionistas. Diante da ameaça de ocupação de Benghazi pelas tropas de Kadafi, em 17 de março a ONU aprova o bloqueio aéreo. A Alemanha se abstém de votar, sob fortes críticas dos partidos de oposição. Um dia mais tarde, uma coalizão internacional formada pela França, Reino Unido e Estados Unidos inicia ataques aéreos sobre as forças do governo líbio.

Início de abril de 2011: A situação na Líbia está indefinida. As notícias constantes de choques militares em Misrata, Sirte e Ras Lanuf levam a crer que o controle sobre essas cidades esteja mudando de mãos, de um dia para o outro. Graças aos maciços bombardeios aéreos pela coalizão internacional, a situação piora progressivamente para Muammar Kadafi.

13 de abril de 2011: Todos os Estados representados no assim chamado "Grupo de Contato para a Líbia", que também participam da intervenção militar, exigem a renúncia do ditador líbio. Uma semana mais tarde, a França e a Itália enviam seus assessores militares aos rebeldes, os quais já contam há algum tempo com o apoio britânico nos combates.

1º de maio de 2011: O filho mais novo de Kadafi, Saif el Arab, é morto durante um ataque aéreo, assim como três dos netos do ditador. Seguem-se veementes juras de vingança.

11 de maio de 2011: Após dois meses de sítio, a cidade portuária de Misrata cai em poder dos insurgentes. Duas semanas mais tarde, a Rússia se une às exigências do "Grupo de Contato" pela renúncia de Kadafi.

Junho de 2011: A Otan intensifica os bombardeios diários sobre Trípoli. O governo alemão reconhece o Conselho Nacional de Transição como único representante legítimo do povo líbio.

27 de junho de 2011: A Corte Penal Internacional, sediada em Haia, Holanda, expede mandados de prisão contra Kadafi, seu filho Saif el Islam e o chefe do serviço secreto da Líbia. Dois dias mais tarde é divulgado que a França jogara de avião armas para os rebeldes no oeste do país.

Julho e agosto de 2011
: Persistem os combates numa série de cidades. Paralelamente, a Otan continua bombardeando alvos das tropas de Kadafi.

17 de agosto de 2011: O governo líbio de transição apresenta um cronograma, segundo o qual, após a queda de Kadafi, o poder será entregue a um governo democraticamente legitimado.

20 de agosto de 2011: Após lutas acirradas, os rebeldes anunciam a tomada do importante porto petroleiro de Brega, no leste. Ao mesmo tempo, principia a luta pelo controle da capital Trípoli. No dia seguinte noticiam-se combates violentos, com numerosos mortos.

22 de agosto de 2011
: Salva de tiros na "Praça Verde", a principal de Trípoli: os rebeldes comemoram a vitória sobre Muammar Kadafi. Correm informações de que dois de seus filhos teriam sido capturados, e um terceiro teria "se recolhido em casa". Não há qualquer vestígio do ditador. A África do Sul desmente qualquer intenção de oferecer asilo a Kadafi. Misturados às expressões de júbilo, contudo, continuam chegando notícias de que as lutas na capital líbia prosseguem.

Autor: Matthias von Hellfeld (av)
Revisão: Carlos Albuquerque

'Grupo de Contato para a Líbia' reunido em Roma
'Grupo de Contato para a Líbia' reunido em RomaFoto: AP
Fogo sobre Tajura, em 29 de março de 2011
Fogo sobre Tajura, em 29 de março de 2011Foto: AP