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Cruzeiro atraca no Camboja após ser rejeitado por 5 portos

13 de fevereiro de 2020

Medo de que passageiros portassem o coronavírus fez Japão, Taiwan, Filipinas, Guam e Tailândia recusarem guarida ao navio de cruzeiro oriundo de Cingapura.

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Navio de cruzeiro no mar
Entre os passageiros do cruzeiro Westerdam estão cinco brasileirosFoto: AFP/Tang Chhin Sothy

O navio de cruzeiro MS Westerdam, com mais de 2 mil pessoas a bordo, chegou ao Camboja nesta quinta-feira (13/02) após ser rejeitado por outros cinco portos, por medo de que algum dos passageiros estivesse infectado com o coronavírus causador da doença Covid-19

A embarcação pertencente à companhia Holland America Line chegou pela manhã (hora local) à costa de Sihanoukville, onde está o principal porto marítimo cambojano, confirmou pelo Twitter o porta-voz do governo Neth Pheaktra.

Segundo o jornal Khmer Times, as autoridades enviaram a um laboratório da capital Phnom Penh 20 amostras de sangue de passageiros que ficaram doentes recentemente, para avaliar se algum deles estaria infectado com o novo coronavírus. A embarcação leva cidadãos de mais de 30 nacionalidades, incluindo cinco brasileiros.

O cruzeiro começou seu trajeto em janeiro, em Cingapura. Em 1º de fevereiro partiu de Hong Kong e deveria ter chegado no último sábado a Yokohama, no Japão, mas as autoridades locais lhe negaram porto, após um dos ocupantes apresentar sintomas compatíveis com os da Covid-19. Depois disso, Taiwan, Filipinas, Guam e Tailândia também rejeitaram o Westerdam.

Na quarta-feira, porém, o primeiro-ministro do Camboja, Hun Sen, anunciou a autorização para o desembarque do cruzeiro, já que, segundo a companhia, ele não está em quarentena e não há motivo para suspeita de novos casos do coronavírus.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, elogiou a atitude de Hun Sen pelo Twitter: "Agradecemos esse ato de solidariedade no momento em que o mundo abre uma janela de oportunidade para sustar tanto a Covid-19 quanto o estigma e o medo." O premiê cambojano pretende visitar Sihanoukville nesta sexta-feira para encontrar os passageiros.

"Como eu disse, a verdadeira doença é o medo, não o vírus. Queremos eliminar o medo da doença", disse em entrevista ao serviço de notícias Fresh News. "O coronavírus é um desafio global, e nossos assuntos humanitários não têm fronteiras."

A embaixada dos Estados Unidos, país de origem da maioria dos passageiros, disse ter enviado uma equipe para cooperar com a tripulação do Westerdam, as autoridades do Camboja e funcionários de outras embaixadas no desembarque e retorno dos viajantes a seus países de origem.

No Japão, o navio de cruzeiro Diamond Princess segue atracado em Yokohama, em quarentena desde 3 de fevereiro. Pelo menos 218 dos 3,7 mil ocupantes a bordo tiveram o coronavírus confirmado.

Primeira morte no Japão

Nesta quinta-feira, o Japão anunciou uma morte em decorrência da Covid-19 – a terceira fora da China continental. A vítima é uma mulher de 80 anos, que vivia em Kanagawa, ao sul de Tóquio. As autoridades ainda não conseguiram explicar como ela foi infectada, já que nunca deixara o país. Investigações foram iniciadas.

Segundo fontes do Ministério da Saúde citadas pela emissora pública NHK, a idosa procurou o hospital em 22 de janeiro, queixando-se de cansaço, e seu estado de saúde foi monitorado. Em 1º de fevereiro, foi hospitalizada e diagnosticada com pneumonia. Posteriormente sua condição piorou.

Além dos passageiros do Diamond Princess, cerca de 30 outros indivíduos estão infectados com o novo coronavírus no Japão, que se torna assim o país com mais casos da doença, depois da China.

Apesar disso, nesta quinta-feira o presidente do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Toshiro Muto, classificou como "boato irresponsável" a possibilidade de o evento ser cancelado devido ao surto de coronavírus. O dirigente garantiu que todo o planejamento seguirá conforme estipulado.

Muto deixou claro em encontro com representantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) que a organização local não está considerando "adiar nem cancelar" os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a se iniciarem em 24 de julho e 25 de agosto, respectivamente.

Dos mais de 60 mil pacientes infectados, em todo o mundo, mais de 1.300 pacientes já morreram em decorrência da enfermidade viral.

LE/efe,afp

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