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Cuba indulta mais de 3.500 presos

11 de setembro de 2015

Governo repete gesto feito durante visita dos dois últimos papas e, às vésperas da chegada de Francisco, anuncia anistia para milhares de detentos. Não se sabe quantos presos políticos há entre os agraciados.

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Foto: picture-alliance/dpa/A. Ernesto

Havana anunciou nesta sexta-feira (11/09) que indultará mais de 3.500 presos nos próximos três dias, por ocasião da visita do papa Francisco ao país, programada para começar no dia 19 de setembro. Cuba repete, dessa maneira, a medida que foi adotada em duas visitas prévias de pontífices ao país.

Não houve indicações imediatas se entre os que receberão o perdão estão dissidentes ou membros de organizações de direitos humanos. Havana, que nega a existência de presos políticos, afirmou apenas que condenados por crimes contra a segurança do Estado não serão contemplados com o indulto.

O governo cubano disse que, entre as pessoas que serão agraciadas com a medida, estão maiores de 60 anos, jovens com menos de 20 anos sem antecedentes criminais, doentes crônicos e mulheres. Condenados por assassinato, estupro, abuso infantil, tráfico de drogas, roubo de gado e abate ilegal não serão perdoados.

Tradição de indulto

De acordo com a ONG cubana Comissão de Direitos Humanos e de Reconciliação Nacional, cerca de 60 pessoas foram identificadas como presos políticos. O mais famoso é o artista Danilo Maldonado, conhecido como "El Sexto", que aguarda julgamento sob a acusação de desrespeito, devido a uma pintura intitulada "Fidel e Raúl", que retrata um par de porcos.

A visita do papa Francisco à ilha caribenha é parte de uma série de esforços para melhorar as relações entre Havana e a Igreja católica, após décadas de tensões desde a Revolução Cubana, em 1959.

Antes da visita do papa João Paulo 2º, em 1998, Cuba libertou 300 detidos, incluindo 101 presos políticos. Já em 2012, na visita do papa Bento 16, cerca de 3 mil pessoas foram agraciadas com o indulto.

Recentemente, a ilha comunista libertou 53 presos políticos, no âmbito das negociações para restabelecer as relações diplomáticas com os Estados Unidos.

CN/rtr/dpa