1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Efeitos da crise

24 de agosto de 2010

Entre janeiro e junho de 2010, governo federal, estados e municípios gastaram 42,8 bilhões de euros a mais do que arrecadaram. Alemanha descumprirá Pacto de Estabilidade do euro se percentual permanecer no cálculo anual.

https://p.dw.com/p/Ov3j
Tratado de Maastricht permite déficit máximo de 3% do PIBFoto: DW

O orçamento do governo alemão refletiu, no primeiro semestre de 2010, as consequências da crise econômica mundial. Governo federal, estados e municípios tiveram um déficit fiscal de aproximadamente 42,8 bilhões de euros entre janeiro e junho, devido à queda na arrecadação de impostos e ao aumento dos gastos públicos.

O valor é menor do que o do período imediatamente anterior – o que indica uma tendência de recuperação da economia –, mas bem superior se a comparação for feita com o mesmo período do ano passado, o que mostra o quanto a crise mundial afetou a Alemanha.

No segundo semestre de 2009, o déficit fiscal do setor público foi de 54 bilhões de euros, maior valor desde 1995. Nos primeiros seis meses daquele ano, somou 18,7 bilhões de euros.

"Com um certo atraso, os efeitos da crise econômica e financeira e as medidas estatais de apoio à conjuntura e aos mercados financeiros, adotadas nesse contexto, refletem-se claramente nos orçamentos do governo federal, dos estados, dos municípios e das seguradoras sociais", afirmou em nota o Destatis.

De janeiro a junho, o setor público arrecadou 526,1 bilhões de euros, queda de 1,5%. Os gastos subiram 3%, para 568,9 bilhões de euros.

Alemanha descumpre Tratado de Maastricht

O déficit público do primeiro semestre deste ano equivale a 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha. Se o percentual se repetir no total do ano, o país estará descumprindo os critérios de estabilidade do euro previstos no Tratado de Maastricht, que prevê déficit máximo de 3% do PIB.

Em 2009, o país cumpriu a regra, com um déficit de exatos 3% do PIB. Para 2010, porém, a expectativa é outra. O mais recente prognóstico do Banco Central da Alemanha (Bundesbank) prevê um forte aumento, mas ainda assim o percentual ficará abaixo dos 5% previstos no auge da crise.

O Ministério da Finanças calcula um déficit de 4,5% do PIB para este ano e 4% para 2011. Em 2012, o país voltará a cumprir os critérios de Maastricht, afirma o prognóstico divulgado em julho. Ou seja, um ano antes do que o inicialmente previsto.

O Destatis também confirmou, nesta terça-feira (24/08), os números relativos ao PIB do segundo trimestre de 2010, que já haviam sido divulgados anteriormente. Entre abril e junho, a economia da Alemanha cresceu 2,2%, impulsionada principalmente pelas exportações, que cresceram 8,2%.

É o quinto trimestre consecutivo de elevação do PIB. Considerando os doze meses transcorridos até junho passado, o Produto Interno Bruto da Alemanha subiu 4,1% por ano, no cálculo com ajuste de preços.

AS/dpa/rtr

Revisão: Soraia Vilela