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Daimler também teria fraudado testes de emissões

13 de julho de 2017

Montadora da marca Mercedes-Benz é acusada de ter vendido mais de 1 milhão de veículos na Europa e nos EUA com motores adaptados para fraudar testes de poluição.

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Foto: picture-alliance/dpa/M. Murat

A montadora alemã Daimler, fabricante dos carros Mercedes-Benz, fraudou testes de emissões em duas de suas linhas de motores por cerca de oito anos, informaram nesta quinta-feira (13/07) as emissoras estatais WDR e NDR e o diário Süddeutsche Zeitung.

As acusações resultaram numa série de operações policiais de busca e apreensão executadas por autoridades da Alemanha em várias instalações da Daimler em maio. De acordo com a investigação jornalística conjunta dos meios de comunicação, os motores OM 642 e OM 651 da Daimler utilizavam um dispositivo ilegal para fraudar os testes de emissões.

É estimado que esses dois modelos de motores estejam instalados em cerca de 1 milhão de veículos vendidos na Europa e nos EUA entre 2008 e 2016.

A fraude pode levar a Autoridade Federal de Transporte de Automóveis da Alemanha (KBA, na sigla em alemão) a forçar a montadora a realizar um recall dos veículos afetados, ao menos na Europa. Os reguladores e procuradores americanos provavelmente prosseguirão com acusações legais.

Saiba como foi descoberta a fraude da Volks

A montadora alemã Volkswagen usou um dispositivo similar para fraudar os testes de emissões, que culminou no escândalo conhecido como Dieselgate e que levou a multinacional a pagar cerca de 22,6 bilhões de euros em multas e compensações.

Além disso, relatos indicam que procuradores alemães estão analisando acusar dois funcionários da Daimler por supostamente enganar clientes na compra de automóveis por meio de publicidade falsa. Outros empregados da montadora podem enfrentar imputações similares.

A Daimler declarou que não vai comentar uma investigação em curso e destacou que está cooperando com as autoridades. Promotores de Stuttgart, onde fica a sede da montadora, abriram um inquérito em março por fraudes em testes de emissões e publicidade enganosa.

Naquele mês, o presidente-executivo da Daimler, Dieter Zetsche, rejeitou as alegações de que o fabricante era culpado de violar as leis de emissões.

Promotores americanos também estariam de olho na fabricante alemão de automóveis, que enfrenta uma série de ações legais coletivas de proprietários de carros, que afirmaram que a Daimler declarou níveis de emissões menores para uma série de modelos a diesel.

No ano passado, a montadora concordou com a KBA em recolher "voluntariamente" 247 mil veículos para atualizar a "tecnologia potencialmente problemática", supostamente instalada para impedir que os motores sejam danificados.

PV/rtr/afp