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30% dos eleitores se dizem petistas e 22%, bolsonaristas

5 de abril de 2023

Pesquisa Datafolha aponta que ambos os grupos oscilaram levemente para baixo, três meses após início do governo Lula e em meio a escândalo das joias de Bolsonaro. Já eleitores neutros passaram de 20% para 22%.

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Toalhas trazem fotos de Lula e de Bolsonaro
Pesquisa Datafolha também revelou que Lula teve sua pior avaliação nos primeiros três meses de governo em comparação com seus dois mandatos anterioresFoto: Silvia Izquierdo/AP/picture alliance

Três meses após o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em meio a escândalos envolvendo joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil segue altamente polarizado. Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta quarta-feira (05/04) apontou que 30% dos eleitores se definem como petistas, enquanto 22% se dizem bolsonaristas.

As porcentagens oscilaram levemente para baixo em comparação com a última pesquisa, divulgada em 28 de dezembro, dias antes de Bolsonaro deixar o Planalto. Àquela altura, 32% se identificavam como petistas, e 25%, como bolsonaristas.

Para os levantamentos, o Datafolha estabeleceu uma escala de níveis de 1 a 5: 1 significa ser bolsonarista; 2, mais próximo do bolsonarismo; 3, neutro; 4, mais alinhado ao petismo; e 5, petista.

Os níveis intermediários também oscilaram nesses três meses entre uma pesquisa e outra. Os que se dizem mais próximos do bolsonarismo foram de 7% para 9%. Os neutros, que não se veem representados por nenhum dos grupos preponderantes, foram de 20% para 22%. Outros 10% se disseram mais próximos do petismo, ante 9% na pesquisa anterior.

Em ambos os levantamentos, 5% dos eleitores disseram não ter qualquer preferência, e 1% não soube responder.

Diferenças entre grupos sociais

A preferência do eleitorado varia de acordo com os diferentes grupos sociais. Entre os que se dizem petistas está a maioria dos mais pobres (39%), dos menos instruídos (40%), dos que têm mais de 60 anos (37%) e dos moradores do Nordeste (42%).

Já entre os que se definem como bolsonaristas, se encontra a maior parte dos que ganham entre cinco e dez salários mínimos (32%), dos evangélicos (29%) e dos moradores do Sul (28%) e do Norte/Centro-Oeste (30%).

O Datafolha entrevistou 2.028 eleitores entre os dias 29 e 30 de março, em 126 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A reprovação de Lula

Em outro sinal da acirrada polarização política no país, a mesma pesquisa do instituto revelou que o presidente Lula teve sua pior avaliação nos primeiros três meses de governo em comparação com seus dois mandatos anteriores.

Segundo dados divulgados já no último sábado, a reprovação ao atual governo equivale à do ex-presidente Bolsonaro nos primeiros meses de seu mandato, dentro da margem de erro da pesquisa.

Segundo o Datafolha, 38% consideram o governo Lula como bom ou ótimo, 30% o avaliam como regular e 29%, como ruim ou péssimo. Não souberam opinar 3% dos entrevistados.

No mesmo período de seu governo, Bolsonaro registrou uma avaliação de ótimo ou bom menor, de 32%. O percentual dos que consideravam seu governo ruim ou péssimo era praticamente o mesmo do de Lula, com 30%, e 33% avaliavam o governo como regular.

Os resultados, tanto do presidente atual quanto de seu antecessor, marcam o pior desempenho registrado nos primeiros 90 dias de todos os mandatários que governaram o país desde a volta da democracia, em 1985.

No início de seu primeiro mandato, em 2003, Lula teve aprovação de 43% nos primeiros 90 dias, com apenas 10% de reprovação. Em 2007, quando começava o segundo mandato do petista na Presidência, a aprovação do governo era de 48%, contra 14% que o desaprovavam.

ek/lf (ots)