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Delinqüência juvenil preocupa as autoridades alemãs

Marion Andrea Strüssmann27 de dezembro de 2001

O número de jovens que cometem delitos na Alemanha ainda é bastante alto. O problema vem merecendo uma atenção especial das autoridades, que vêem no desemprego juvenil uma das causas da delinqüência.

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Jovens delinqüentes são reeducados em centros de recuperação juvenilFoto: DW

O número de crianças e adolescentes que cometem delitos na Alemanha continua preocupando as autoridades. No ano de 2000, foram registrados no país 145.834 casos envolvendo crianças com idade inferior a 14 anos. Já na faixa entre 14 e 18 anos, foram computados 294.467, segundo informação divulgada pela Polícia Federal alemã.

As acusações contra os menores englobam desde furtos em lojas até roubos mais graves, extorsão, porte de armas e agressões físicas. A faixa etária até os 18 anos perfaz 20% dos cerca de 2,28 milhões de todos os delitos registrados na Alemanha em 2000.

Apesar do número bastante elevado de jovens envolvidos em ações criminais no país, houve uma estagnação do crescimento acelerado registrado nos anos 90. Entre 1994 e 1998, os casos cometidos por delinqüentes com idade inferior a 14 anos aumentou continuamente de 100 mil para 152 mil. Desde então, o número vem caindo.

A mesma tendência é percebida entre os jovens na faixa dos 14 aos 18 anos. No mesmo período de cinco anos, o número de delinqüentes envolvidos com a polícia subiu de 223.500 para 302.000. Desde 1999, entretanto, é cada vez menor o percentual de jovens que cometem ações criminosas na Alemanha.

Violência infantil

Psicológos, assistentes sociais e polícia são unânimes em afirmar que a violência infantil pode ter raízes na própria família. De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Criminalística da Baixa-Saxônia, muitos jovens violentos são vítimas de violência no lar.

O psicólogo Thomas Fabian, que participou do estudo envolvendo mais de 16 mil alunos, revelou que muitas crianças sofrem violência na família, incluindo não só maus tratos, mas também abuso sexual. Como válvula de escape, alguns enfrentam situações coditianas com violência, atacando colegas e amigos, por exemplo.

Como saída para o problema, Fabian aponta a prevenção contra a violência doméstica e o fortalecimento da autoconfiança no menor. " Nós queremos formar pessoas com estabilidade emocional", revelou o psicólogo.

A ampliação de programas de esclarecimento entre a garotada seria outra importante medida. Isso sem contar com a intervenção dos professores, uma ajuda importante para reconhecer problemas e evitar a consolidação da violência infantil. Já a detenção em reformatórios tem se revelado pouco eficaz. É grande a probabilidade de reincidência entre os ex-detentos juvenis.