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Democrata entra com pedido de impeachment contra Trump

17 de julho de 2019

Após moção de repúdio do Congresso a comentários do presidente considerados racistas, congressista tenta capitalizar sentimento de revolta e forçar votação na Câmara dos Representantes para remover líder da Casa Branca.

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Donald Trump
Trump é alvo de pedido de impeachment após de moção de repúdio no CongressoFoto: Reuters/C. Barria

O congressista do Texas Al Green, do Partido Democrata, protocolou nesta terça-feira (16/07) na Câmara dos Representantes dos EUA um pedido para o impeachment do presidente americano, Donald Trump. A medida poderá forçar que uma votação sobre a remoção de Trump do cargo ocorra ainda nesta semana.

Sondagens entre os deputados democratas sugerem que a maioria deles se opõe a um processo de impeachment. Green, porém, parece querer capitalizar o sentimento de revolta em relação a tuítes presidenciais dos últimos dias, através dos quais Trump lançou ataques amplamente condenados como racistas contra um grupo de congressistas democratas.

Green introduziu a medida pouco depois de a Câmara aprovar uma moção de repúdio a Trump, condenando "energicamente os comentários racistas do presidente Donald Trump, que tem legitimado e incrementado o medo e o ódio contra novos americanos e contra as pessoas de cor", segundo o texto dos congressistas.

O alvo de Trump no último domingo havia sido um grupo de quatro democratas, cujas origens remetem a nações cujos governos, segundo afirmou, seriam "os piores, os mais corruptos e ineptos em qualquer parte do mundo". Ele disse que elas deveriam voltar a esses países.

"Por que elas não voltam e ajudam a consertar esses lugares totalmente quebrados e infestados de crime de onde vieram? Depois, retornem e nos digam como deve ser feito. Esses lugares precisam muito da ajuda de vocês", escreveu Trump.

O presidente acrescentou que a líder democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, "ficaria contente em providenciar rapidamente viagens gratuitas" para as congressistas.

Trump se referiu a "congressistas democratas progressistas", em aparente referência ao grupo bastante ativo de congressistas jovens estreantes na atual legislatura da Câmara dos Representantes, composto por Alexandria Ocasio-Cortez, eleita por Nova York, Ilhan Omar, de Minnesota, Rashida Tlaib, do Michigan, e Ayanna Pressley, de Massachusetts.

Na votação da moção de repúdio a Trump, quatro republicanos se juntaram aos 235 deputados democratas para aprovar a medida. Um independente também votou a favor. A aprovação da condenação era esperada, já que os democratas têm a maioria na Câmara.

O voto tem apenas valor simbólico. É improvável que uma medida similar venha a ser aprovada no Senado, onde os republicanos detêm a maioria.

Mais cedo, Trump afirmara que não considera que seus tuítes feitos no domingo tenham sido racistas . "Esses tuítes NÃO foram racistas. Eu não tenho um só osso racista no meu corpo!", escreveu.

O presidente também criticou a iniciativa democrata de propor a moção de repúdio. "O que eles chamaram de votação é uma farsa. Os republicanos não devem mostrar 'fraqueza' ou cair em sua armadilha", escreveu.

Ao propor o impeachment do presidente, Green afirmou que é necessário dar um basta nas atitudes de Trump, que considera uma pessoa incapaz de exercer o cargo mais alto do país.

"Donald John Trump, através de suas declarações, levou o alto cargo do presidente dos Estados Unidos a ser desprezado, ridicularizado e desonrado, semeou discórdia entre o povo dos Estados Unidos, demonstrou que é inapto para ser presidente e traiu sua confiança como presidente dos Estados Unidos para a lesão manifesta do povo dos Estados Unidos", diz trecho da resolução que Green leu no plenário da Câmara, citado pelo jornal Washington Post.

Todos os membros do Congresso têm o direito de lançar uma votação pelo impeachment presidencial.  O democrata do Texas já o fez duas vezes, sem sucesso.

RC/ap

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