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Escândalo

29 de maio de 2011

Acusado de corrupção, Mohammed Bin Hammam retira candidatura à presidência da Fifa, aprofundando ainda mais a maior crise dos 107 anos da organização. Candidato único, Joseph Blatter pode se reeleger por aclamação.

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FILE - In this May 10, 2011 file picture Mohamed bin Hammam, chief of the Asian Football Confederation, talks to local media in Port of Spain, Trinidad & Tobago. FIFA is investigating allegations of bribery involving presidential candidate Mohamed bin Hammam and FIFA vice president Jack Warner. The two senior officials will face an ethics investigation at FIFA headquarters on Sunday, three days before bin Hammam challenges incumbent Sepp Blatter in the presidential election. FIFA said the bribery allegations related to bin Hammam's meeting with Caribbean football leaders on May 10-11 in Warner's native Trinidad to lobby for support. (AP Photo/Shirley Bahadur, File)
Bin Hammam comunicou desistência pela internetFoto: AP

A eleição do presidente da Fifa está agendada para esta quarta-feira (01/06) e, diferentemente do esperado, não haverá uma escolha entre dois nomes na maior federação esportiva do mundo. Mohamed Bin Hammam, do Catar, presidente da Federação Asiática de Futebol, retirou sua candidatura à presidência da entidade devido a denúncias de corrupção. O caso piora ainda mais aquela que já é a maior crise em 107 anos de existência da Fifa.

Num comunicado em sua página na internet, Bin Hammam se diz magoado e desapontado profissional e pessoalmente com as acusações contra ele. "Por essa razão, anuncio a retirada da minha candidatura a presidente", concluiu, argumentando, ainda, ter tomado a decisão para evitar maiores danos à imagem da Fifa.

Investigação contra Blatter e Bin Hammam

FIFA President Sepp Blatter gestures during an interview at the FIFA headquarters in Zurich, Switzerland, Thursday, May 19, 2011. FIFA President Sepp Blatter says a whistleblower from Qatar's 2022 World Cup bid will be interviewed over allegations that bribes were paid to African voters. The whistleblower claims that FIFA executive committee members Issa Hayatou and Jacques Anouma were paid US $1.5 million to vote for Qatar. (AP Photo/Anja Niedringhaus)
Blatter é candidato a um quarto mandatoFoto: AP

A comissão de ética da Fifa abriu na quarta-feira processo contra Bin Hamman, o vice-presidente da entidade, Jack Warner, e dois funcionários da União Caribenha de Futebol, associação subordinada à Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf). Eles foram convocados a depor neste sábado para dar esclarecimento com relação a um suposto caso de suborno durante a campanha pela presidência da Fifa.

Warner e Bin Hammam são acusados de oferecerem dinheiro a representantes da Fifa durante uma reunião da União Caribenha de Futebol realizada em 10 e 11 de maio, em Trinidad, para que os funcionários dessem seu voto a Bin Hammam. Blatter também é investigado. Ele é acusado de ter conhecimento de tudo e não ter tomado providências.

Jornal afirma que suborno somou US$ 1 milhão

De acordo com uma reportagem do jornal britânico Telegraph publicada neste domingo, Bin Hammam e Warner ofereceram a 25 integrantes caribenhos da Fifa, ao todo, 1 milhão de dólares, em troca do apoio deles a Bin Hammam na eleição de 1° de junho em Zurique.

Theo Zwanziger, president of the German Football association (DFB), during a pressconference of the German national soccer team in Tenero near Locarno, Switzerland, 04, June 2008. Foto: Peter Kneffel +++(c) dpa - Report+++
Zwanziger sugeriu uma investigação externaFoto: picture-alliance/ dpa

Após a surpreendente desistência de Bin Hammam, Joseph Blatter parece estar com o caminho livre para um quarto mandato como presidente da Fifa. A reeleição do suíço, de 75 anos, nesta quarta-feira em Zurique, "se transforma numa farsa", segundo um correspondente da agência de notícias alemã dpa. Candidato único, Blatter pode vir a ser confirmado por aclamação.

Problema de imagem

O presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB, na sigla em alemão), Theo Zwanziger, lamentou que a reputação da Fifa venha se deteriorando. "A Fifa tem um problema de imagem, de fato, e todos devem trabalhar para resolvê-lo", recomendou, em entrevista ao jornal Welt am Sonntag.

Zwanziger sugeriu a formação de uma comissão de investigação externa. "É importante que, em certas decisões, possa haver uma transferência de responsabilidade. É preciso uma visível divisão de poder dentro da organização e, em casos graves, uma comissão independente, fora da Fifa", disse.

MD/dpa/lusa/sid
Revisão: Alexandre Schossler