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Descoberto no Brasil mais antigo dinossauro de pescoço longo

21 de novembro de 2018

Escavado no Rio Grande do Sul, "Macrocollum itaquii" tinha 3,5 metros de comprimento e teria vivido há cerca de 225 milhões de anos. Trata-se dos primeiros esqueletos completos de dinossauros descobertos no país.

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Ilustração mostra como seria o dinossauro "Macrocollum itaquii"
Ilustração mostra como seria o "Macrocollum itaquii"Foto: Márcio L. Castro

Pesquisadores brasileiros apresentaram uma nova espécie de dinossauro descoberta no Brasil em estudo publicado na revista científica britânica Biology Letters nesta quarta-feira (21/11). O animal, que recebeu o nome de Macrocollum itaquii, seria o dinossauro de pescoço longo mais antigo do mundo.

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e da Universidade de São Paulo (USP) escavaram três esqueletos fossilizados em rochas triássicas do município de Agudo, no Rio Grande do Sul. Trata-se também da primeira descoberta de esqueletos completos de dinossauros no Brasil, segundo nota divulgada pela UFSM.

Com cerca de 3,5 metros de comprimento, o Macrocollum itaquii possui um pescoço bastante longo – uma das principais características do grupo de dinossauros gigantes pescoçudos, os saurópodes, como o braquiossauro e o apatossauro.

As rochas de onde os esqueletos foram escavados têm cerca de 225 milhões de anos, o que faz com que o Macrocollum itaquii seja considerado o dinossauro mais antigo de pescoço longo já descoberto.

Cientificamente, a descoberta preenche uma lacuna no registo fóssil de dinossauros, pois há diversos esqueletos de períodos mais antigos e mais recentes, mas aqueles com aproximadamente 225 milhões de anos são bastante raros. Trata-se de um período importante para a história evolutiva dos dinossauros, pois antecede ao período em que eles se tornaram dominantes em quase todo o planeta.

Arqueólogos escavam parte dos esqueletos do dinossauro Macrocollum itaquii, descoberto no Rio Grande do Sul
Arqueólogos descobriram e iniciaram a escavação dos esqueletos do dinossauro "Macrocollum itaquii" em 2013Foto: Rodrigo Temp Müller/UFSM

A dentição do Macrocollum itaquii indica que ele se alimentava de plantas. Acredita-se que o pescoço longo lhe tenha permitido chegar a vegetações mais altas que as alcançadas por outros animais e que isso tenha sido o que garantiu o sucesso do grupo dos sauropodomorfos – do qual o Macrocollum itaquii faz parte – durante a Era Mesozoica. 

Com base em fósseis de outros animais desse grupo no Rio Grande do Sul, mas de diferentes idades, os pesquisadores concluíram que durante um intervalo de 8 milhões de anos, a dieta herbívora foi aprimorada, os sauropodomorfos cresceram significativamente e o pescoço se tornou proporcionalmente duas vezes mais longo.

O nome "Macrocollum" significa pescoço longo, e "itaquii" é uma homenagem a José Jerundino Machado Itaqui, que foi um dos principais responsáveis pela criação do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (Cappa/UFSM), onde os fósseis do dinossauro estão depositados.

Fóssil do dinossauro Macrocollum itaquii
Fóssil do "Macrocollum itaquii", descoberto no Rio Grande do Sul Foto: Rodrigo Temp Müller/UFSM

Os esqueletos foram coletados no início de 2013 e passaram por um cuidadoso processo de extração da rocha em que seus restos foram preservados. Os fósseis serão mantidos no Cappa, em São João do Polêsine, onde poderão ser visitados.

PV/ots

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