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Desemprego aumenta e chega a 4 milhões

Paulo Chagas9 de janeiro de 2002

A fraca conjuntura econômica e os problemas crônicos no mercado de trabalho levaram a um aumento do desemprego na Alemanha, que atinge 9,6% da população ativa.

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Agência do Departamento Federal do Trabalho (Arbeitsamt) em BerlimFoto: AP

O número de desempregados na Alemanha aumentou em 174.600 em dezembro de 2001, para um total de 3.963.000 pessoas sem emprego. Isto representa, segundo o Departamento Federal do Trabalho, 154.600 desempregados a mais do que no ano anterior.

Bernhard Jagoda, presidente do órgão sediado em Nurembergue, disse que em dezembro o mercado de trabalho refletiu a fraca conjuntura econoômica e a tendência negativa registrada ao longo de todo o ano.

Desequilíbrio regional

A taxa de desemprego em toda a Alemanha, em dezembro de 2001, atingiu 9,6% da população ativa, um aumento de 0,3% em relação ao ano anterior. O mercado de trabalho reflete ainda o desequilíbrio entre o leste e o oeste da Alemanha. No oeste o desemprego fica em 7,7% e no leste, nos estados da ex-Alemanha Oriental, chega a 17,6%.

O crescimento do desemprego foi porém mais acentuado no oeste que no leste por causa do peso da indústria ocidental. No leste registrou-se uma evasão de mão-de-obra.

Necessidade de reformas

O desemprego na Alemanha poderia ser substancialmente reduzido, caso houvesse reformas da política de emprego e do sistema de seguridade social. Segundo Meinhard Miegel, presidente do Instituto de Economia e Sociedade de Bonn (IWG), seria necessário, sobretudo, investir nas áreas de educação e formação profissional, e tornar mais flexíveis os acordos salariais entre patrões e empregados.

O governo de social-democratas e verdes apostou no crescimento econômico, achando que este resolveria todos os problemas do mercado de trabalho. A prova de que isto não dá certo são os quase 4 milhões de desempregados.

Uma das distorções mais absurdas da seguridade social na Alemanha é a falta de incentivo para quem trabalha. Uma família de desempregados recebe ajuda social do governo da ordem de 1.400 a 1.500 euros por mês. Mas é muito difícil ganhar a mesma coisa trabalhando regularmente.

"Falta estímulo para se trabalhar", conclui Miegel. A solução é reformar radicalmente a seguridade social, transformando-a num sistema básico de capitalização, a exemplo do seguro-desemprego.

Empregos subvencionados

O chanceler federal alemão Gerhard Schröder (SPD) admitiu que o número de desempregados é exagerado e disse que a conjuntura mundial é a principal responsável. Schröder anunciou novos esforços para conter o desemprego.

Uma das medidas que estão sendo estudadas é a criação de empregos na faixa de baixos salários, que seriam complementados com subsídios fornecidos pelo governo federal. Além do salário pago pelo patrão, o trabalhador receberia contribuições sociais e um adicional do salário família.

Outra medida anunciada por Schröder são os investimentos do setor público, a fim de aquecer a conjuntura. Estas medidas poderiam ser financiadas sem estourar o orçamento de contenção do ministro das Finanças Hans Eichel, disse Schröder na quarta-feira em Berlim.