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Deutsche Bank e Commerzbank confirmam conversas sobre fusão

17 de março de 2019

Maior banco alemão e instituição concorrente afirmam que resultado das discussões ainda está em aberto. Acionistas manifestam ceticismo, e sindicato teme que milhares de empregos sejam cortados.

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Commerzbank und Deutsche Bank em Frankfurt
Juntos, o Deutsche Bank e o Commerzbank empregam 140 mil pessoas mundo aforaFoto: picture-alliance/dpa/A. Dedert

O maior banco da Alemanha, o Deutsche Bank, e seu concorrente Commerzbank confirmaram neste domingo (17/03) que vão iniciar negociações formais sobre uma possível fusão. O anúncio foi feito após reuniões separadas de seus conselhos de administração, e ambas as instituições afirmaram que o resultado das conversas ainda é incerto.

Em comunicado, o Deutsche Bank afirmou que seu conselho decidiu "avaliar opções estratégicas" de acordo com o seu potencial de trazer rentabilidade e crescimento ao banco. O Commerzbank, por sua vez, anunciou "conversas sobre uma eventual fusão com resultados em aberto".

Há meses se especula sobre a união dos dois bancos. No último fim de semana, o jornal alemão Welt am Sonntag noticiou que a diretoria do Deutsche Bank havia concordado em iniciar conversas com o Commerzbank sobre a viabilidade de uma fusão. Na última segunda-feira, o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, havia confirmado as negociações.

Autoridades alemãs vêm pressionando pela fusão, afirmando que falta à maior economia da Europa um banco de grande porte internacional e poderoso.

Enquanto a concorrência nos EUA há tempos fatura mais, grandes bancos alemães têm dificuldades em gerar lucros sustentáveis, dez anos após a crise financeira internacional de 2008.

O governo, que detém uma fatia de mais de 15% do Commerzbank, quer que o país tenha um banco capaz de dar suporte à sua economia movida pela exportação, conhecida sobretudo por seus carros e maquinário.

Berlim também quer manter a especialidade do Commerzbank – o financiamento de médias empresas, a espinha dorsal da economia do país – em mãos alemãs.

O Deutsche Bank saiu ileso da crise financeira, mas em 2016 o Fundo Monetário Internacional (FMI) classificou o banco como o de maior risco em potencial entre seus pares do setor financeiro, devido a suas ligações com outros bancos. Autoridades alemãs temem que uma recessão ou uma grande multa, por exemplo, possam abalar a frágil recuperação do banco.

Assim como o Deutsche Bank, o Commerzbank tem lutado para se recuperar, e defensores de uma fusão dizem que esta pode ser a última chance de evitar que o Commerzbank seja adquirido por um comprador estrangeiro. Isso significaria mais concorrência para o Deutsche Bank no próprio país.

Se a fusão se concretizar, o banco resultante terá cerca de 1,8 trilhão de euros em ativos, como empréstimos e investimentos, e um valor de mercado de cerca de 25 bilhões de euros (cerca de 108 bilhões de reais). Seria de longe o maior banco do país, com cerca de 38 milhões de clientes.

Juntos, os dois bancos empregam 140 mil pessoas mundo afora. O sindicato alemão Verdi se opõe veementemente a uma possível fusão, afirmando que ao menos 10 mil empregos ficariam ameaçados.

Alguns dos principais acionistas afirmaram ser contra a fusão, mas o banco de investimento americano Cerberus, que investe fortemente nos dois bancos, se disse a favor de negociações, segundo uma pessoa familiarizada com a questão disse à agência de notícias Reuters.

LPF/dpa/afp/rtr

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