105 cidades pelo Irã
25 de julho de 2009Organizações em prol dos direitos humanos declararam este sábado (25/07) como dia de ação global de solidariedade com o povo do Irã. Desde o recente pleito presidencial, grande parte dos iranianos vem se manifestando pacificamente contra a duvidosa reeleição de Mahmud Ahmadinejad.
Anistia Internacional, Repórteres Sem Fronteiras, Human Rights Watch e outras ONGs promovem manifestações em 105 cidades em todo o mundo. Na Alemanha, realizam-se passeatas em Berlim, Hamburgo, Munique, Frankfurt e Colônia, entre outras cidades.
A manifestação principal na capital iniciou-se às 13h00 (hora local), na praça Potsdamer Platz. Para a noite está programada uma vigília diante do Portão de Brandemburgo.
De acordo com o website da Anistia Internacional, os organizadores não perseguem intenções políticas determinadas, mas tentam chamar atenção para os déficits em direitos humanos enfrentados por muitos cidadãos iranianos. A ONG pediu aos participantes que sinalizassem sua solidariedade vestindo roupas negras.
Desde a divulgação dos controvertidos resultados das eleições de 12 de junho, pelo menos 20 pessoas foram mortas pelas forças de segurança do Irã, na repressão aos protestos.
Vice-presidente renuncia
Neste sábado, Esfandiar Rahim Mashai, vice-presidente indicado por Ahmadinejad, retirou-se do cargo, obedecendo à injunção do aiatolá Ali Khamenei. "Seguindo a ordem do líder supremo, não mais me considero primeiro vice-presidente e servirei ao povo onde quer mais que se faça necessário", declarou Mashai à agência iraniana de notícias Isna.
Ele é pai da nora de Ahmadinejad. Em 2008, o político moderado irritara os linha-dura do país com a declaração de que "os iranianos são amigos de todas as pessoas do mundo – até mesmo dos israelenses". Oficialmente, Israel é considerado inimigo da República Islâmica.
Ahmadinejad indicara Mashai para a vice-presidência na semana anterior: ele seria o chefe de Estado de facto, até a posse do presidente reeleito, no início de agosto. Embora necessite de aprovação parlamentar para seus ministros, Ahmadinejad é livre para indicar seus vice-presidentes.
Entretanto, de acordo com a Constituição do Irã, o líder supremo, no caso, Khamenei, tem a última palavra em todas as questões de Estado e pode vetar todas as decisões executivas e legislativas. Esta é a segunda vez, nas últimas cinco semanas, que o aiatolá expressa crítica aberta ao presidente. Antes, ele dera seu voto de aprovação à reeleição.
AV/dpa/afp/ap