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Viagem

Dicas de turismo em Essen e Vale do Ruhr

Para surpresa dos que acham que na antiga região mineradora alemã não é possível fazer turismo, ali não faltam atrações. Em nenhum outro lugar da Europa há tantas opções de teatro, música, museus e arquitetura.

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BdT mit Deutschlanbezug - Sonnenuntergang im Ruhrgebiet
Antigas minas de carvão foram transformadas em atrações turísticas no Vale do RuhrFoto: picture-alliance/dpa/M. Kusch

Com mais de 5 milhões de habitantes, o Vale do Ruhr abriga a maior concentração demográfica da Alemanha. O nome dessa região densamente povoada no estado da Renânia do Norte-Vestfália remonta ao rio Ruhr, afluente do Reno que corta a antiga área de extração de carvão.

Com uma área de quase 4,5 mil quilômetros quadrados, a Associação Regional do Ruhr (Regionalverband Ruhr), com sede em Essen, engloba as cidades de Bochum, Bottrop, Dortmund, Duisburg, Essen, Gelsenkirchen, Hagen, Hamm, Herne, Mulheim an der Ruhr e Oberhausen, além dos municípios de Recklinghausen, Unna, Wesel e Ennepe-Ruhr.

O carvão já era explorado ali desde o século 13, mas a produção em nível industrial só teve início em meados do século 18. Com o carvão vieram também o aço, a importação de força de trabalho, a construção de ferrovias e uma imensa expansão econômica. É importante lembrar que, sem a mineração e a indústria do Vale do Ruhr, não teria sido possível reconstruir a Alemanha depois da Segunda Guerra.

Dortmund, Bochum, Essen e Duisburg são os principais núcleos urbanos da região. Essas cidades surgiram já na Idade Média, desenvolvendo-se de forma independente uma das outras com a industrialização e exploração de carvão nos últimos dois séculos.

Embora Dortmund, com pouco mais de 600 mil habitantes, seja a maior cidade da principal conurbação do país, Essen é o polo econômico do Vale do Ruhr, com seus mais de 1.150 anos de história e 590 mil moradores. Ali se encontra a sede de oito das cem maiores empresas alemãs.

Com o desmantelamento da indústria do carvão, o Vale do Ruhr ainda registra uma taxa de desemprego (10,4%) bem maior que a média alemã (5,6%). No entanto, isso não impede que seja apontado como região de futuro, já que a mudança do setor secundário para o terciário traz novas oportunidades num mundo globalizado.

O Vale do Ruhr ainda abriga um dos maiores parques industriais da Europa, mas, com a mudança estrutural das últimas décadas, as cidades estão se tornando cada vez mais centro de serviços, onde os arranha-céus substituem as chaminés.

Ali, a herança mineradora dá espaço às mais variadas paisagens culturais. Pavilhões industriais são transformados em centros de arte e cultura e, em nenhum outro lugar da Europa, existem tantas opções de teatro, música, museus e arquitetura.

#DailyDrone: Villa Hügel

Para surpresa dos que pensam que no Vale do Ruhr não é possível fazer turismo, em Essen, por exemplo, não faltam atrações. Seu legado medieval está presente em sua catedral (Essener Dom), como também no bairro de Werden, com suas ruelas e casas em enxaimel, sem esquecer a Igreja de São Ludgero.

Mas também a Villa Hügel, antiga mansão da família Krupp, o Museu Folkwang e a Zollverein, mina desativada transformada em monumento à cultura da mineração, são atrações imperdíveis que testemunham a opulência do passado industrial.

Mas, para a alegria dos visitantes, o Vale do Ruhr é bem mais que uma cidade. Ali não faltam opções de passeios, como ao Museu Alemão do Futebol (Deutsches Fussballmuseum), em Dortmund. Numa região em que não se sabe exatamente onde termina uma cidade e começa a próxima, o esporte ajuda na identidade dos moradores, que se definem, por exemplo, como sendo torcedores do Schalke ou do Borussia Dortmund.

Além do esporte, o Vale do Ruhr atrai por sua oferta artística e cultural. Em Unna, o Centro Internacional de Arte da Luz (Zentrum für Internationale Lichtkunst) é o primeiro e único museu do mundo a se dedicar exclusivamente a essa corrente da arte contemporânea.

Em Oberhausen, um antigo Gasômetro (Gasometer) foi transformado num dos mais espetaculares espaços de exposições da Europa e, para quem curte arqueologia, Xanten abriga 2 mil anos de história, com reconstruções mostrando como era a vida na antiga cidade romana.

Melhor época para visitar

O Vale do Ruhr é uma região que pode ser visitada em qualquer época do ano, mas é claro que cada estação tem sua peculiaridade e beleza. Quem for entre maio a setembro pode curtir os meses mais quentes e com maior incidência solar. É a época dos piqueniques, passeios e restaurantes ao ar livre.

A região, no entanto, disponibiliza uma extensa oferta de atividades culturais e artísticas, assim, não importa se está frio lá fora, pois dentro do teatro ou do museu vai estar sempre quentinho. E, além da neve, o inverno também oferece as feirinhas de Natal e os confortos do inverno europeu.

De forma geral, o clima no Vale do Ruhr é mais ameno que em outras partes da Alemanha. Em média, a temperatura anual na região gira em torno dos 10°C. Janeiro é o mês mais frio, com temperatura média de 1,7°C. Julho é o mês mais quente, com média acima dos 18°C, mas também é o mês mais chuvoso.

Mina de carvão desativada guarda história do vale do Ruhr

Onde se hospedar

Em termos de hospedagem, o Vale do Ruhr tem muito a oferecer. Essen, por exemplo, disponibiliza mais de 9 mil leitos para turistas e visitantes de feiras – numa oferta de que vai de pensões a hotéis de cinco estrelas, como em torno da estação central (Hauptbahnhof).

O Vale do Ruhr não é uma região tradicionalmente turística. Assim, é possível encontrar hotéis relativamente baratos em praticamente todas as cidades da região. Hospedar-se próximo à Estação Central tem a vantagem do deslocamento fácil entre as diversas cidades.

Uma dica para se movimentar na região é o SchönerTagTicketNRW, passagem que permite levar cinco pessoas em todos os trens regionais, ônibus e metrôs dentro do estado da Renânia do Norte-Vestfália, das 9h às 3h do dia seguinte.

Mas há também ofertas de hospedagens nada convencionais. Em Bottrop, por exemplo, você pode passar a noite num tubo de uma antiga canalização (Parkhotel Bernepark). Em Xanten você pode dormir no primeiro hotel trailer (WomoPark Xanten) da Alemanha – com nível 4 estrelas – ou numa casa flutuante (Floating 44 Xanten). E quem quiser pernoitar numa casa original de mineiro (Ferienwohnung Vierspänner) pode realizar esse sonho em Essen.

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