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Debates na ONU

21 de setembro de 2011

Presidente reitera posição brasileira sobre a questão palestina e defende a reforma do Conselho de Segurança na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

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Dilma Rousseff lamentou ausência da Palestina na ONU
Dilma lamentou ausência da Palestina na assembleiaFoto: dapd

Pela primeira vez, uma voz feminina abriu uma Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Foi a da presidente da República, Dilma Rousseff. Tradicionalmente o Brasil é o primeiro país a discursar no encontro da ONU.

Neste ano, com a adesão do Sudão do Sul em julho último, o plenário da ONU está ainda maior, totalizando 193 países. Além de Dilma, 11 mulheres estão entre os 121 chefes de Estado e governo presentes à abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU, nesta quarta-feira (21/09), em Nova York. Dilma encabeça uma lista de 32 conferencistas que discursam nesta quarta-feira na ONU.

Antes dela, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia discursado, chamando a atenção da comunidade internacional para as mudanças climáticas, programas sociais e para a economia mundial. Depois de Dilma, a fala do presidente norte-americano, Barack Obama, teve como foco o conflito no Oriente Médio.

Discurso de Dilma

Em seu discurso, a presidente brasileira correspondeu às expectativas e mencionou o pedido de reconhecimento da Palestina como Estado-membro da ONU. Ao cumprimentar os representantes do Sudão do Sul, que pela primeira vez participa do encontro, Dilma lamentou a ausência da nação palestina.

"O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com a resolução das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nessa assembleia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título", disse Dilma, sob os aplausos do plenário.

A presidente brasileira abordou ainda a crise econômica global, afirmando que seria necessário impor controles à guerra cambial com a adoção de regimes de câmbio flutuante e solucionar o problema dos países em crise com a dívida soberana. Dilma afirmou que há sinais de que várias economias avançadas se encontram no "limiar da recessão".

Dilma também defendeu a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, lembrando que o debate da reforma do Conselho já dura 18 anos e que "não é possível protelar mais". No final de seu discurso, Dilma lembrou a tortura que sofreu no cárcere e ressaltou "a importância de valores da democracia, justiça e respeito à liberdade."

A vez de Obama

Obama descartou 'atalhos' para o fim do conflito no Oriente Médio
Obama descartou 'atalhos' para o fim do conflito no Oriente MédioFoto: picture alliance / dpa

Logo após Dilma, foi a vez de Obama discursar perante a Assembleia Geral das Nações Unidas. Ele também correspondeu às expectativas quanto à rejeição dos EUA em relação a um pedido de admissão do Estado palestino na ONU, dizendo que "uma paz genuína" no Oriente Médio só é possível através de negociações entre "os próprios israelenses e palestinos".

O pedido palestino de adesão como membro de pleno direito à ONU deverá ser apresentado na sexta-feira e os EUA já anunciaram que irão vetá-lo no Conselho de Segurança. "Estou convencido de que não há atalhos para chegar ao fim de um conflito que perdura há décadas. A paz não chegará através de declarações nem resoluções da ONU", disse Obama.

Em seu discurso, Obama reiterou seu apelo à comunidade internacional com vista à cooperação para o fortalecimento da economia global e à luta contra a crise de endividamento.

Ao mesmo tempo, Obama demonstrou sua solidariedade com os países europeus, que enfrentam a crise de endividamento. "Nós estamos do lado dos nossos aliados europeus, que estão reformando suas instituições e enfrentando seus próprios desafios financeiros".

Sarkozy: solução intermediária

Obama apelou ainda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que finalmente aprove sanções contra a Síria. "Não há desculpas para a falta de ação", disse o presidente norte-americano perante o plenário da ONU.

O discurso de Obama foi seguido pelo do presidente francês, Nicolas Sarkozy, que propôs uma "mudança de método" para se chegar à paz no Oriente Médio. Sarkozy propôs oferecer um status intermediário de "Estado observador" na ONU para a Palestina, e um "acordo definitivo" de paz dentro de um ano.

Neste ano, os debates na Assembleia Geral da ONU irão durar apenas uma semana, o que fará dela uma das mais curtas na história da ONU. Por outro lado, os cerca de 200 palestrantes estabelecerão um recorde no número de conferencistas no plenário da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York..

CA/abr/afp/dpa/dapd/lusa
Revisão: Alexandre Schossler