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Dilma vence eleição mais acirrada desde a redemocratização

Alexandre Schossler27 de outubro de 2014

Presidente obteve 51,64% dos votos, contra 48,36% de Aécio Neves, e conquista novo mandato de quatro anos. Em discurso da vitória, pede união e diz que reforma política será primeira prioridade.

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Dilma ao lado do ex-presidente Lula, durante o discurso da vitóriaFoto: Reuters

Na mais acirrada, mais polarizada e também mais emocionante eleição presidencial desde o retorno da democracia, a presidente Dilma Rousseff foi reeleita para o cargo neste domingo (26/10), conquistando um segundo mandato de quatro anos.

Computadas 99,98% das urnas, Dilma obteve 51,64% dos votos, contra 48,36% do oposicionista Aécio Neves, segundo os números oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A diferença entre eles é de pouco mais de 3,4 milhões de votos. A vitória de Dilma só se tornou irreversível após a apuração de mais de 97% das urnas.

Os números oficiais confirmaram as últimas pesquisas. O resultado é praticamente igual à previsão feita pelo Instituto Datafolha, que apontava vitória da presidente por 52% contra 48% no levantamento divulgado na véspera do segundo turno.

O resultado mostra um país dividido, com Dilma vencendo majoritariamente nos estados do Norte e do Nordeste, e Aécio vencendo principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Talvez ainda mais importante, a sociedade brasileira sai dessa eleição polarizada, dividida entre petistas e antipetistas. Não à toa, Dilma falou em união logo após a divulgação do resultado oficial. Aécio também falou em união ao reconhecer a derrota. "Desejei a ela [Dilma] sucesso na condução de seu próximo governo e ressaltei que a maior das prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado."

Necessidade de reformas

Esta não foi uma eleição comum. Desde o embate de 1989, que opôs os então candidatos Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil não via uma campanha tão disputada e de ânimos tão exaltados. Mais do que o debate de propostas para resolver os problemas do país, predominaram a troca de acusações e os ataques, às vezes pessoais, entre os dois lados, entre petistas e antipetistas.

Esse ambiente polarizado deve permanecer, e vai dificultar o início do segundo governo Dilma. Tarefas não faltam para a presidente. A mais urgente é reestimular a economia, que enfrentou dois trimestres de retrocesso e deve crescer menos de 1% em 2014. Para isso, Dilma precisa do apoio dos empresários e investidores. Mas o clima entre eles e o governo é ruim, e a confiança dos empresários na economia, principalmente no setor industrial, é baixa.

Apesar disso, Dilma citou a reforma política como "a primeira e mais importante" no seu discurso da vitória. "Meu objetivo é deflagrar essa campanha no Congresso e [a reforma] deve ser reportada à sociedade por meio de uma consulta popular. Por meio de um plebiscito, vamos obter as garantias para essa reforma política", afirmou.

Em relação à economia, ela disse que vai "dar mais recursos à atividade econômica em todos os setores, em especial no setor industrial. Quero a parceria de todos os setores produtivos e financeiros nessa tarefa que é de responsabilidade de cada um de nós".