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Faixa de Gaza

18 de julho de 2010

Catherine Asthon, alta representante para politica externa da UE, visita Faixa de Gaza e conclama Israel mais uma vez a abrir as fronteiras do território palestino.

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Representante da diplomacia europeia visita fábrica de cimento na Faixa de GazaFoto: AP

A britânica Catherine Asthon, alta representante para politica externa da UE, é a autoridade de cargo mais elevado e representativo a visitar a Faixa de Gaza desde o afrouxamento parcial do bloqueio israelense, há três semanas. Há poucas semanas, o governo de Israel não havia permitido, por exemplo, ao ministro alemão do Desenvolvimento, Dirk Niebel, entrar em Gaza.

Depois de um bloqueio de três anos, Tel Aviv passou a permitir a passagem de produtos destinados ao abastecimento de 1,5 milhão de habitantes da Faixa de Gaza. Alimentos e medicamentos podem cruzar sem problemas a fronteira, mas o transporte de material de construção continua limitado. A exportação de produtos e a saída de pessoas de Gaza continuam, no entanto, proibidas.

A posição da União Europeia (UE) frente ao bloqueio, declarou Asthon, é clara. Segundo ela, os habitantes da região precisam se locomover com liberdade, também além-fronteiras, e Gaza tem que poder exportar mercadorias. Segundo a diplomata-chefe da UE, todas as fronteiras do território de Gaza deveriam ser abertas, para que a região se recupere economicamente.

Além disso, Ashton defendeu ainda a liberdade de trânsito de pessoas e mercadorias entre os dois territórios palestinos – a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. "Dizemos com clareza: as pessoas na Faixa de Gaza têm que poder levar uma vida normal", afirmou a diplomata.

Ajuda europeia para empresas palestinas

Ashton visitou neste domingo (18/07) uma escola da Agência das Nações Unidas para Refugiados da Palestina e algumas empresas palestinas parcialmente financiadas pela UE.

Empresários da região acentuaram mais uma vez que a economia local só poderá se recuperar quando estiver liberada a importação de qualquer matéria-prima, bem como permitida a exportação de produtos industrializados. Das 3.900 fábricas existentes em Gaza, apenas 30% estão em funcionamento e, mesmo assim, com capacidade reduzida.

Catherine Ashton Salam Fayyad
Ashton encontrou-se com Fayad no sábado em RamallahFoto: AP

Muitas vezes a produção só é viável graças ao fornecimento de matérias-primas através dos túneis de contrabando, explicou Amr Hamad, da Confederação dos Empresários Palestinos. Ele espera que o afrouxamento do bloqueio possibilite a retomada de algumas centenas de empresas em Gaza.

Pressão da comunidade internacional

Ashton esteve em duas das 900 empresas que deverão receber auxílio financeiro da União Europeia – num volume total orçado em 22 milhões de euros.

O fabricante de medicamentos Megapharm, por exemplo, manteve suas atividades cerradas durante dois anos e meio, estando hoje na ativa apenas com metade de sua capacidade produtiva. Segundo o representante da empresa, Husam Sendah, o crescimento só é viável em pequenas porporções devido à proibição das exportações. O governo israelense afirma que não suspende definitivamente o bloqueio por razões de segurança.

A recente interdição de uma frota de navios que levava suprimento para a população palestina de Gaza levou a questão de novo à opinião pública mundial. Em fins de maio último, nove cidadãos turcos foram mortos em consequência do ataque israelense a um navio contendo bens de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Em função da pressão da comunidade internacional, Israel resolveu ceder em relação ao bloqueio do território palestino.

Ashton afirmou sua posição contrária ao envio de outros navios à região e a favor de uma abertura das fronteiras terrestres do território.

No sábado, ela havia se encontrado com o primeiro-ministro palestino, Salam Fayad, em Ramallah. Em Gaza, encontros com representantes do Hamas, a milícia radical islâmica que governa o território, não estavam programados.

SV/dpa/apn/afp

Revisão: Alexandre Schossler