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Dom Odilo Scherer é um dos favoritos para suceder Bento 16

Fernando Caulyt12 de março de 2013

O mais jovem entre os cardeais brasileiros comanda a maior diocese da América Latina, a de São Paulo. Ele é a autoridade católica mais influente do Brasil e possui afinidade com a visão teológica defendida pelo Vaticano.

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Foto: Reuters

Dom Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, é apontado por especialistas como o brasileiro com a maior chance de ser tornar sucessor do papa Bento 16. Arcebispo da Arquidiocese de São Paulo, a maior da América Latina, Scherer é o mais jovem entre os religiosos do Brasil que vão participar do conclave.

"Dos brasileiros, ele tem a maior chance de ser tornar Papa por ser mais novo e por ser um cardeal conservador da linha do centro moderado, além de estar à frente de uma das maiores dioceses do mundo", frisou o vaticanólogo Giancarlo Nardi, que tem a expectativa de um Papa mais jovem e vigoroso que possa acalmar as turbulências e a dicotomia interna da Igreja Católica e do Vaticano.

Scherer é a autoridade católica mais influente do Brasil e possui afinidade com a visão teológica defendida pelo Vaticano. Além disso, foi nomeado cardeal pelo próprio papa Bento 16, em 2007. Ordenado presbítero em 1978, Scherer estudou Filosofia e Teologia, e é doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, Itália, onde estudou entre 1988 e 1991.

Como bispo e cardeal, em 2008 Scherer foi enviado especial de Bento 16 aos festejos do 30º aniversário da mediação da Santa Sé entre Argentina e Chile, no conflito relativo ao Canal de Beagle. Nesse mesmo ano, foi nomeado membro da Congregação para o Clero. Em 2011, Scherer se tornou presidente da comissão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para as comemorações dos festejos dos 50 anos do Concílio Vaticano 2º.

Odilio Pedro Scherer mit Papst Benedikt
Scherer recebeu título de cardeal das mãos do papa Bento 16 em novembro de 2007Foto: CHRISTOPHE SIMON/AFP/Getty Images

Enérgico e decidido

Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá, no Paraná, conheceu Scherer em 1973, quando os dois estudaram no Seminário Maior Rainha dos Apóstolos, em Curitiba. Depois, trabalharam juntos no Seminário de Toledo, também no Paraná. Battisti o considera muito organizado e determinado. "Ele é muito autônomo e tem iniciativa. Conta com a colaboração das pessoas, mas também coloca a mão na massa", frisou.

Além disso, Scherer é muito inteligente e não se deixa influenciar, tem posições muito claras e defende a verdade "custe o que custar". Ele deverá dar uma atenção muito especial ao Brasil e, também, apoiar as iniciativas da organização dos bispos católicos, da qual foi secretário-geral.

"Ele deve reforçar a posição da Igreja Católica no Brasil e deverá seguir na organização de pequenas células como reação ao avanço das outras religiões na América Latina, de maneira especial. Vai trabalhar em defesa da fé cristã católica", antecipou Battisti.

Rafael Alberto Alves também tem contato próximo com Scherer, pois trabalha como seu assessor de imprensa na Arquidiocese de São Paulo desde 2007. Ele o considera um homem exigente, com grande disposição para o trabalho. "Quem está próximo, acaba sendo conduzido na questão do trabalho. Ele realmente produz muito, tem uma vida muito agitada. Acompanhar o ritmo dele é muito difícil."

Além de ser sério e ter rigor em tudo o que faz, Scherer se ocupa muito de seus fiéis e tem uma preocupação "quase pessoal" com quem o acompanha. "É uma pessoa muito firme nas questões da fé e defende suas posições com muita clareza, firmeza e coragem", conclui Alves.

Os principais jornais italianos apontam Scherer como um dos grandes favoritos à sucessão de Bento 16.