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Dramas sociais e religiosos marcam premiações no Festival de Veneza 2012

9 de setembro de 2012

O Leão de Ouro de melhor filme da 69ª edição do Festival de Cinema de Veneza foi para "Pietá", do sul-coreano Kim Ki-duk. "The Master", inspirado na vida do fundador da cientologia, ganha prêmio de melhor direção.

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Foto: picture-alliance/dpa

O cineasta sul-coreano Kim Ki-duk (na foto acima) foi agraciado por seu filme Pietá com o Leão de Ouro, prêmio máximo do 69° Festival de Cinema de Veneza, na noite deste sábado (08/09). O longa-metragem é um drama criticossocial sobre a ganância, a moral e a perda de valores.

O longa conta a história de um agiota em Seul que costuma mutilar seus clientes inadimplentes. Um dia, uma mulher misteriosa aparece em sua vida, dizendo ser sua mãe. A vida do criminoso – até então dedicada à procura de dinheiro e poder – passa, então, por uma reviravolta.

Em entrevista, o diretor sul-coreano afirmou que seu longa é uma crítica ao "capitalismo extremo" e que o dinheiro teria sido o "terceiro ator" de seu filme. O título do filme faz referência a uma das obras mais conhecidas de Michelangelo – a escultura Pietá, cuja réplica se encontra na entrada da Basílica de São Pedro, em Roma. Em Veneza, Kim falou a jornalistas que havia visto a estátua duas vezes no Vaticano e, desde então, tornou-se um grande admirador daquela "obra-prima".

Cena do longa-metragem 'Pietá', de Kim Ki-duk
Cena do longa-metragem 'Pietá', de Kim Ki-dukFoto: Filmfestspiele Venedig

Kim Ki-duk é um dos mais conhecidos diretores sul-coreanos. Em 2004, o cineasta de 51 anos já havia ganhado o Leão de Prata de melhor diretor por seu filme Bin-jip. Em suas produções, Kim se concentra, frequentemente, no destino e nos sentimentos de personagens que vivem de forma isolada.

O presidente do júri do Festival de Cinema de Veneza 2012, o diretor norte-americano Michael Mann., elogiou todos os 18 filmes que concorriam ao Leão de Ouro, classificando-os como "ótimos", "multifacetados" e "inovadores". Mas Pietá se destaca entre eles, afirmou Mann.

Outras premiações

O Leão de Prata de melhor diretor foi para o drama de época The Master, do cineasta norte-americano Paul Thomas Anderson. O filme de Anderson conta a história de um fundador de uma seita, que passou a ser conhecido como "o mestre".O drama de Anderson foi inspirado na vida do fundador da cientologia, Ron Hubbard.

Venedig Filmfestspiele Preisverleihung
Hadas Yaron levou prêmio de melhor atriz por seu papel em 'Fill the void'Foto: picture-alliance/dpa

O Prêmio de melhor ator do Festival de Veneza 2012 foi dividido por Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffmann, os dois protagonistas do The Master. Em 2006, Hoffmann recebeu o Oscar de melhor ator por sua participação no filme Truman Capote, do diretor Bennett Miller.

O Prêmio de melhor atriz foi para a israelense Hadas Yaron por seu papel no filme Fill the void, da diretora Rama Burshtein. Em seu filme de estreia, a diretora relata a história de uma judia ortodoxa de 18 anos, que deve se casar com o marido de sua falecida irmã.

O Prêmio de melhor roteiro foi para o filme francês Après Mai. O diretor Olivier Assayas enfoca a juventude da década de 1970, cujos ideais políticos vão ficando cada vez mais em segundo plano.

O Prêmio Especial do Júri foi para o diretor austríaco Ulrich Seidl por seu filme Paradies: Glaube. O filme aborda a vida de uma católica devota, que estabelece uma guerra religiosa com seu esposo muçulmano.

Venedig Filmfestspiele Preisverleihung
Philip Seymour Hoffman dividiu com Joaquin Phoenix prêmio de melhor atorFoto: picture-alliance/dpa

O Prêmio Marcello Mastroianni a um intérprete estreante foi para o italiano Fabrizio Falco, por sua participação em Bella Addormentata, de Marco Bellocchio, como também em È stato il figlio, de Daniele Cipri.

O Prêmio de melhor contribuição técnica foi para o diretor italiano Daniele Cipri, por seu filme È stato il figlio.

CA/afp/dpa
Revisão: Luisa Frey